Data de estreia: 6/12/13
Título original : La vie d'Adèle
Direção e roteiro:  Abdellatif Kechiche
Elenco: Léa Seydoux, Adèle Exarchopoulos, Salim Kechiouche, Aurélien Recoing, Catherine Salée
Gênero: Drama/Romance
Sinopse: "Depois de ver Emma, uma garota que possui cabelo azul, Emma instantaneamente se apaixona e começa a questionar-se sobre sua sexualidade."



Um filme específico e constrangedor


Todo filme tem um público alvo, porém, não adianta se focar em agradar apenas esse público e deixar os outros espectadores de fora, se perguntando o que acabaram de presenciar. E foi isso que eu senti em Azul é a Cor Mais Quente, que traz um roteiro fraco, com atuações muitas vezes medíocres.

"Um filme que já trata de assunto polêmico, nos fazer sentir constrangimento não é nada bom, pois em certo ponto do filme não se vê mais sentido em estar assistindo aquilo, pois você não consegue se incluir no mundo da história"

Um dos grandes problemas do filme é o modo como trata o assunto do homossexualismo, que o leva a ser um filme um tanto idealista. Ao invés de tocar no ponto com sensibilidade, e te introduzir com calma em todo aquele ambiente de dúvida que alguns adolescentes sentem, eles tocaram da forma mais brutal e gore possível, fazendo com que eu não conseguisse ver em nenhum momento, o amor que as personagens principais sentiam entre si. E esse é um problema, pois um filme que já trata de assunto polêmico, nos fazer sentir constrangimento não é nada bom, pois em certo ponto do filme não se vê mais sentido em estar assistindo aquilo, pois você não consegue se incluir no mundo da história.

Léa (esquerda) se empenhou e nos mostrou que sabe fazer uma atuação digna.
Já Adèle, fica com essa cara o tempo todo.
Deixando isso de lado, o filme nos traz várias sequências de cenas emboladas, com texto fraquíssimo entre as personagens, em que você fica perdido, e aonde não faz sentido nenhum tentar entender o que os atores estão falando, já que muitas vezes não tinha a menor importância para a trama. Tem momentos que eu simplesmente não li a legenda e não me perdi da história. E o fato de não ser fiel à HQ também prejudica o roteiro.

Adèle no início do filme, um pouco
antes de se questionar sobre sua sexualidade
As atuações, tirando a da atriz Léa Seydoux, não transmitem emoção alguma, em momentos que era necessário que a atriz Adèle Exarchopoulos demonstrasse pelo menos um pouco de compaixão, ela fica com uma cara "Não sei o que estou fazendo aqui, e nem me importo", fazendo você ficar com aspecto de babaca por assistir alguém que não leva o que faz à sério.

Outro problema do filme é se prolongar demais, com cenas totalmente desnecessárias, em que sequer aparecem falas. Não me importo de assistir a um filme de 3 horas, O Poderoso Chefão é um exemplo de ótimo filme com longa duração, mas ter de assistir 179 minutos de cenas ora nada a ver com a trama ora constrangedoras, é pedir demais, quase parei na metade, o que teria sido bom já que o final não é nada demais.

Um filme sem sentido algum, com cenas horripilantes de sexo sem nenhuma relevância, e que tenta passar um amor entre as personagens que é incompreendido. Provavelmente só ganhou a Palma de Ouro em Cannes, por mostrar-se um filme controverso, o que é bem típico dos vencedores do prêmio.

Leia a resenha, feita por Marlo George, da HQ clicando AQUI.




Avaliação: Ruim

Andreas Cesar assistiu, resenhou, e nunca mais vai usar azul na vida!