A trama de
"Minority Report", a série, se passa cerca de 10 anos após os eventos do filme estrelado por
Tom Cruise em 2002. É uma oportunidade de ver aquele mundo, criado pelo escritor
Philip Kindred Dick (que escreveu textos que inspiraram filmes como
"Blade Runner",
"O Vingador do Futuro", entre outros), após a extinção do programa
"pré-crime", ou
"Pre-Cog", que salvou milhares de pessoas no passado, mas que tinha lá suas falhas (assista o filme original para saber mais).
Agora, que os crimes não podem mais ser previstos, resta aos detetives da polícia investigá-los à moda antiga, apesar de munidos de instrumento de alta tecnologia. A personagem principal, a detetive
Lara Vega (Meagan Good), é uma agente da lei cansada de "limpar a sujeira" dos criminosos, uma vez que seu trabalho vem se resumindo em colher provas e arquivá-las, quase nunca chegando a capturar o autor do assassinato investigado. Um belo dia ela esbarra com
Dash (Stark Sands), um dos psíquicos remanescentes do projeto
"Pre-Cog", que a procura no intuito de que ela resolva um crime que ele tinha acabado de prever. Os dois acabam formando uma parceria "ilegal", mas que pode definir o destino de muitos.
Essa é a premissa da série, que possivelmente irá apresentar um novo caso em cada episódio. A série é bem produzida, mas parece ter um orçamento barato e pode acabar seguindo o mesmo caminho que
"Almost Human", que foi cancelada após a primeira temporada por falta de verba. Os efeitos especiais são decentes, mas não passam disso.
A tecnologia fantasiosa do filme original, que foi imitada em
"Homem de Ferro" e nos demais filmes da
Marvel Studios, ganhou novos
gadgets como um
"pau de selfie" voador, que deixa a série bem atual.
Não gostei do trabalho de dublês por sua lentidão e soluções fáceis. Não há ousadia e isso deixou o episódio piloto enfadonho.
O roteiro não apresenta muitas novidades, parecendo um folhetim policial curriqueiro. Quase todas as situações são previsíveis e tudo acontece muito, mas muito rápido mesmo, no enredo. No final do episódio temos uma cena, com
Laura Regan e
Nick Zano, que tenta infrutiferamente despertar a curiosidade do espectador e prender a audiência da série, mas o gancho é desinteressante, não creio que funcionará. Também não funcionam mais os personagens que vivem em um futuro próximo e que são ligados, de alguma maneira, pela cultura pop do tempo de seus pais. Isso já foi explorado anteriormente (até mesmo em anime, como, por exemplo,
"Detonator Orgun") e não há nada mais
clichê que essa
"histeria hipster".
O elenco também não convence.
Good e
Sands não tem química, e este último é deveras sem graça.
Aconselho que assista primeiro ao filme, caso ainda não o tenha feito, e só então encare a série.
Marlo George assistiu, escreveu e queria ter visões dos futuros números da Loteca...