A série de espionagem e ação "Agente Butterfly" chega ao Prime Video prometendo um thriller eletrizante, mas o que entrega é uma mistura inconstante de gêneros que decepciona. Com seis episódios gravados em Seul, na Coreia do Sul, a produção americana (das companhias 3AD, Amazon Studios, Boom! Studios e The Amel Company) tenta unir adrenalina e melodrama, mas o resultado é uma narrativa arrastada e um tanto manjada.
A trama — livremente inspirada na graphic novel criada por Arash Amel — segue David Jung (interpretado por Daniel Dae Kim), um ex-agente de inteligência dos EUA, que é caçado por Rebecca (Reina Hardest), uma agente sociopata que tem a missão de matá-lo. Embora a premissa seja promissora, o roteiro peca pela quebra de ritmo constante. A alternância entre cenas de luta e um drama excessivo, digno de uma novela das oito, torna os episódios cansativos e enfadonhos. As reviravoltas na história, prometidas como chocantes, são na verdade bastante previsíveis.
O protagonista Daniel Dae Kim se destaca nas cenas de ação, mostrando seu talento para coreografias de luta. Contudo, seu desempenho no lado dramático é fraco, não conseguindo transmitir a profundidade emocional necessária para o personagem, o que compromete as partes mais melancólicas da série. Já a atriz Reina Hardest, apesar de talentosa e de se esforçar no papel de Rebecca, não consegue estabelecer uma química convincente com Dae Kim. A falta de sintonia entre a dupla principal enfraquece a relação central da narrativa. A veterana Piper Perabo se sai bem em sua atuação, mas o restante do elenco se mostra sem brilho.
A direção, dividida entre Kim Jin-min, Kitao Sakurai e Jann Turner, é um dos pontos positivos. Mesmo com três diretores diferentes, a obra mantém uma coesão notável, parecendo ter sido criada por uma única visão artística. Da mesma forma, o trio de editores, Michael Ruscio, Steve M. Choe e Hugh Ross, entrega um produto bem-acabado, com uma estética visual bonita e consistente.
Apesar das falhas no roteiro e na atuação, a série brilha em seus aspectos técnicos. A trilha sonora, composta por Curtis Green e Min He, é um dos maiores destaques. Inventiva e surpreendente, a música consegue elevar os momentos de tensão e fixar na memória do espectador.
A fotografia, a cargo de Craig Fikse, Kanamé Onoyama e Won-ho Son, é outro acerto. O trio utiliza ângulos cinematográficos para criar cenas eletrizantes, que, aliadas à excelente trilha sonora, geram a tensão ideal nos momentos certos.
"Agente Butterfly", criada por Ken Woodruff e Steph Cha, é uma série com grandes qualidades técnicas, mas que se perde na execução de sua narrativa. O material promocional promete um thriller de espionagem, mas a série é, na verdade, uma mistura de ação e melodrama. É um bom programa para quem quer assistir a algo sem muita complexidade, com um ritmo que intercala pancadaria e drama. No entanto, se o objetivo é ver um verdadeiro thriller de espionagem, talvez seja melhor buscar outra opção.
Marlo George assistiu, escreveu e já trocou de médico por motivos etílicos
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