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CRÍTICA [STREAMING] | "The Walking Dead: Daryl Dixon" (Temporada 3), por Marlo George

A terceira temporada de The Walking Dead: Daryl Dixon, agora na Prime Video, colocou nossos americanos favoritos, Daryl e Carol, em um novo playground: a Espanha. Depois de toda a confusão pela França e Inglaterra, a dupla acabou indo parar lá, se metendo em mais problemas de terceiros. A gente fica pensando: qual é o objetivo deles? Voltar para casa, claro, mas eles passam a vida "salvando o mundo" de gente que jamais ouvimos falar. De repente, personagens desconhecidos ganham um peso enorme na vida deles, antes mesmo de Daryl e Carol resolverem a vida deles mesmos ou a nossa, o público, que só quer que essa franquia termine (mas que continua assistindo, né?). É estranho, mas pensando bem, é The Walking Dead: mortos voltando, então tudo é meio nonsense, mas, de um modo distorcido, acaba fazendo sentido.

Em sua nova locação, Daryl e Carol se veem implicados na luta do casal Antonio e Justina, que buscam escapar da tradição local conhecida como "La Ofrenda". Tal costume consiste no sorteio de jovens para servirem como esposas dos notórios líderes da capital, El Álcazar. O desenvolvimento do enredo, apesar de apresentar inconsistências no roteiro, revela-se envolvente na construção dos novos personagens. 


Contudo, a série reitera falhas estruturais das temporadas anteriores, notadamente no emprego de diálogos excessivamente expositivos e carentes de criatividade. Adicionalmente, o ritmo da narrativa é notavelmente lento; a brevidade do número de episódios acentua a percepção de que o desenvolvimento poderia ter sido condensado. Em contrapartida, os cenários explorados (Madrid, Galícia, Sevilha, Barcelona, Granada e Belchite) e o elenco escalado para o núcleo espanhol conferem um charme visual renovado, estabelecendo um tom melodramático ("novela mexicana") bem-integrado à produção.

É importante notar que a sequência de abertura da temporada, visualmente estilizada, suscita uma forte suspeita de ter sido gerada por inteligência artificial. Embora não haja confirmação oficial, a estética e os movimentos de câmera apresentam as características distintivas de produções criadas por IA, o que, para alguns, pode representar uma flagrante economia de custos e uma opção esteticamente questionável.


Norman Reedus
continua a personificar Daryl Dixon, reafirmando que este é, indiscutivelmente, o papel de sua vida. Reedus demonstra profundo comprometimento com o papel, entregando o carisma habitual do personagem. Melissa McBride, retornando como Carol Peletier, a figura feminina mais bem desenvolvida de toda a franquia, exibe um certo desgaste na interpretação, reflexo, talvez, de sua hesitação inicial em participar integralmente deste spin-off (originalmente intitulado The Walking Dead: Daryl & Carol). Espero que sua personagem receba uma conclusão satisfatória na quarta temporada, prevista para o próximo ano. 


No elenco de apoio, Eduardo Noriega (Antonio) capitaliza bem a visibilidade da produção. Óscar Jaenada (Federico) cumpre o papel de antagonista, com um desempenho consistente que lhe confere interesse. Alexandra Masangkay (Paz) é uma adição competente, remetendo, por vezes, à Rosita Espinosa, interpretada pela atriz Christian Serratos, da série original. Hugo Arbues (Roberto), pai de Antonio e par romântico de uma personagem importante, destaca-se pela introdução gradual de sua subtrama, cujos elementos inicialmente dispersos se revelaram ganchos cruciais para os dilemas centrais. O grande destaque do elenco é Candela Saitta (Justina), atriz de notável competência e presença, lindíssima, cujo futuro em produções de maior alcance em Hollywood parece promissor. Stephen Merchant (Julian Chamberlain) recebe menção honrosa, demonstrando seu talento em roubar a cena, como é seu costume.

Em síntese, a temporada equilibra falhas significativas de roteiro e um ritmo moroso com momentos de grande apuro técnico e narrativo. Embora carregada de problemas estruturais, a atração reside em sua capacidade de manter-se divertida e envolvente para o público fiel da franquia.



Marlo George assistiu, escreveu e tem (entre muitas outras) ascendência espanhola. Afinal, ser brasileiro é isso...

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