Título: Amigos Inseparáveis (Stand Up Guys)
Ano: 2012
Estreia: 08/03/2013
Distribuidora: Paris Filmes
Duração: 95 min.
Gênero: Comédia, Crime
Direção: Fisher Stevens
Elenco: Al Pacino, Christopher Walken, Alan Arkin, Julianna Margulies, Mark Margolis, Lucy Punch, Addison Timlin, Vanessa Ferlito
Origem: EUA
Idioma: Inglês

Sinopse: Um par de velhos amigos tenta reagrupar sua antiga gangue para relembrarem os velhos tempos antes que um deles cumpra sua última missão - matar seu companheiro.

Parece que a moda de filmes sobre velhinhos botando pra quebrar, inaugurada pelos veteranos Jack Nicholson e Morgan Freeman em Antes de Partir, de 2007, passando por R.E.D. Aposentados e Perigosos e Os Mercenários, ambos de 2010, rendeu um ótimo fruto.

Não que os filmes mencionados sejam ruins, longe disso, mas Amigos Inseparáveis (Stand Up Guys, no original) está alguns degraus acima dos outros.

Fora o título adaptado para o português, que é terrível, tudo neste filme parece estar no lugar certo.

Old Is Cool!!!

Val (Al Pacino) passou 28 anos na cadeia cumprindo pena pelo homicídio do filho de Claphands (Mark Margolis), um mafioso perigoso pra quem ele, Doc (Christopher Walken) e Hirsch (Alan Arkin) trabalhavam no passado. No dia em que deixa a cadeia, na condicional, Val é recepcionado do lado de fora por Doc, que era o único de seus antigos parceiros que ainda mantinha contato com ele desde que foi preso. Não demorou muito para Val sacar que a intenção de Doc, apesar de ser das melhores, é prejudicada por trás uma tarefa nefasta. Ele sabe que Doc está sendo chantageado por Claphands que, em sua busca por vingar o filho morto, o obrigou a matá-lo. Val aceita seu destino mas pede pelo menos mais uma noite, para que ambos, além de seu parceiro Hirsch, tenham mais uma noite de farra para relembrarem os velhos tempos.

Doc, Hirsch e Val. (Divulgação)

Al Pacino está impagável neste filme. Ele, que vinha provando alguns fracassos ultimamente como Anti-Heróis (que sequer se pagou, apesar do elenco) e Cada um tem a Gêmea que Merece, volta a atuar em algo relevante. Como Val, Pacino conseguiu algo difícil de se fazer sem errar a dose e ficar caricato, que é interpretar um homem que está com a corda no pescoço e que sabe que seu melhor amigo será aquele quem vai puxá-la. Vendo o remorso de seu companheiro, interpretado por ninguém menos que Christopher Walken , Val mantém o otimismo de que aquela última noite, sua derradeira, será a melhor de suas vidas.

Pacino, Walken, Winnick e Arkin (Divulgação)
Falando em Walken, tenho que dizer que ele pegou o melhor papel da trama. Doc é um homem que viveu os últimos anos amargurado por ter sido encarregado da terrível tarefa acima mencionada. Ele sabia que teria que matar uma das pessoas que mais amava após esta ter sofrido por quase trinta anos em uma cela imunda. Walken interpreta esta personagem com uma ternura digna de nota. O modo como tenta não demonstrar sua angústia para não estragar a noite de Val é emocionante. Você sofre com Doc até mais do que com Val.

Vale ressaltar também a participação curta de Alan Arkin que mais uma vez vem agregar valor aos projetos que participa. Destaque para a cena de Arkin com Lucy Punch e Katheryn Winnick.

Vanessa Ferlito
Com música original de Jon Bon Jovi, porém recheado de black music na trilha sonora, Amigos Inseparáveis acaba tendo um "Q" de Quentin Tarantino. Pude também matar saudades de Vanessa Ferlito, atriz Tarantinesca, que já havia me impressionado em À Prova de Morte.

O diretor Fisher Stevens é um ator veterano, que apesar de já ter dirigido alguns curtas e produzido vários documentários, nunca tinha posto a mão na massa em um longa metragem até Amigos Inseparáveis. Como ele deu conta do recado de dirigir quatro atores experimentados como Pacino, arkin, Walken e Margolis, nós do Poltrona Pop iremos começar a ficar de olho em seus próximos trabalhos.

Amigos Inseparáveis está atualmente em cartaz em grande circuito e é recomendadíssimo.

Trailer