Data de lançamento: 14/06/2013
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: J. J. Abrams
Roteiro: Alex Kurtzman, Roberto Orci, Damon Lindelof
Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto, Zoe Saldana, Karl Urban, John Cho, Bruce Greenwood, Simon Pegg, Anton Yelchin, Benedict Cumberbatch, Alice Eve, Peter Weller
Gênero: Ação, Suspense, Ficção Ciêntífica
Duração: 132 minutos
Origiem: EUA

Sinopse: Após a tripulação da Enterprise encontrar uma força irrefreável de terror vinda de dentro de sua própria organização, o Capitão Kirk lidera uma caçada humana. O alvo: Um terrorista chamado John Harrison.

J.J. Abrams ultrapassa a fronteira final e nos brinda com mais uma obra fantástica.

Desde que a tecnologia 3D foi ressuscitada já vimos de tudo um pouco. Filmes que não tinham sido filmados em 3D sendo convertidos com resultados frustrantes, megalomaníacas produções sendo filmadas em três dimensões com resultados medianos e filmes que utilizaram a "nova" tecnologia de forma tão responsável e cuidadosa que te tiram da poltrona do cinema e te catapultam pra dentro do filme. "Além da Escuridão - Star Trek" é um destes que te agarram e te jogam pra dentro da tela. Difícil é voltar pro mundo real ao final da projeção.

É sério! Eu tive que esperar alguns minutos para voltar pro planeta Terra (de 2013, claro) após o término do filme.

A tripulação mais amada do mundo está de volta.
"Além da Escuridão - Star Trek", sequência do filme de 2009, Star Trek, não exige que você tenha assistido ao filme anterior, nem que seja um conhecedor das versões anteriores do mundo de Gene Roddenberry (criador de Star Trek). O filme funciona sozinho, evitando frustrações de quem não conhecia a saga e entrou no cinema por conta do hype em torno do mesmo. Além disso, é um ótimo meio e angariar novos fãs. Ora, o camarada cria um filme gigantesco, caríssimo, e não pode, e nem deve, satisfazer só aos fãs. Ele precisa gerar novos fanáticos que, à partir deste novo longa, irão se interessar pela franquia e explorar o que veio antes.

Acredite. Muita gente que não é fã, que não liga, ou nem sabe o que é Star Trek pode ser um entusiasta em potencial neste momento. Basta decidir assistir ao filme.

J.J. Abrams
O capitão deste longa maravilhoso, J. J. Abrams já é um dos diretores mais influentes de Hollywood. Realizador capaz, roteirista de mão cheia (vendeu seu primeiro script, "Eternamente Jovem", de 1992, por 2 milhões de dólares quando tinha apenas 26 anos) e produtor de clássicos modernos como as séries "Lost" e "Fringe", Jeffrey Jacob Abrams, apesar de já ter uma carreira longa em Hollywood, só começou a dirigir longas metragem em 2006, quando assumiu o megafone de "Missão Impossível 3". Desde então dirigiu "Star Trek" (2009), "Super 8" (2011) e este "Além da Escuridão - Star Trek", o suficiente para ser escolhido pela Walt Disney Pictures como diretor do concorrido "Star Wars - Episódio VII", que deve entrar em cartaz em 2015.

O elenco também é maravilhoso e afiado. A experiência do filme anterior, aliada a uma notável vontade de acertar, resulta em atuações equilibradas e sem exageros. A química entre os atores principais do filme faz toda a diferença. Chris Pine que pareceu-me um tanto quanto canastrão no primeiro filme, aprendeu que ser o protagonista de um filme deste tamanho exige muita responsabilidade por parte do ator, ainda mais quando se trata de um personagem amado como Capitão Kirk. Desta vez ele acertou.

Zachary Quinto e Chris Pine
Quem continua demonstrando muita competência é Zachary Quinto. Em algumas cenas você se esquece que ele não é o Leonard Nimoy e acaba não sentindo qualquer diferença entre seu Spock, desta nova versão, e o de Nimoy, da série clássica. Se Abrams conseguir uns cinco Quintos para sua versão de "Star Wars", já posso ver uma tropa de fãs da saga de Lucas que torceram o nariz para a escolha 'do mesmo diretor de Star Trek para o Episódio VII celebrando a escolha.

Karl Urban não é um comediante e assistí-lo sendo alívio cômico neste filme, torna as cenas hilárias de Leonard "Bones" McCoy mais "reais". Se Abrams e o pessoal que o auxiliou no casting tivessem apostado em um comediante, como Jay Baruchel ou Vince Vaughn, o Bones poderia acabar sendo caricato demais. Zoe Saldana foi ofuscada por Alice Eve, que finalmente me fez a levar à sério.

Cumberbatch arrebenta!
Porém o grande destaque deste filme, no que diz respeito à atuação, é Benedict Cumberbatch. Ele é o vilão John Harrison, um ser superpoderoso. Isto por si só já poderia levá-lo a exagerar na tinta e pintar um personagem inconsistente. Mas Cunberbatch, bem dirigido como foi e esbanjando talento, interpretou aquele que se tornou o vilão mais legal do universo trekker.

Tendo em vista tudo isto você não pode deixar de assistir "Além da Escuridão - Star Trek". Não apenas por ser fã, ou curtir SciFi ou aventura. Mas como apreciador do cinema moderno.

ÁREA DE SPOILERS (ATENÇÃO! Se você não quer comprometer sua diversão, pare de ler esta resenha agora, pois abaixo irei contar algumas coisinhas que acontecem no filme).

Quem é John Harrison.
O filme já começa com Kirk e Bones em apuros. A confusão é tão grande que Spock arrisca a própria vida para salvar a população de um planeta de classe M chamado Nibiru (referência ao planeta que os Sumérios acreditavam que existe e que orbita a estrela escura. Também conhecido como planeta do apocalipse). Ao retornarem à Terra, todos sãos e salvos, a tripulação fica sabendo que a Federação dos Planetas Unidos está sendo ameaçada por um de seus próprios membros.

A ameaça se torna real quando John Harrison ataca a reunião da Federação e acaba matando o Capitão Pike. Após ser detidopor Kirk, Harrison se transporta e se refugia no planeta Kronos, onde vivem os Klingon. Irado, Kirk jura que se vingará da morte de Pike.

Deu pena ver o nosso querido Pike morrer. Ainda mais nos braços do Spock, que começa a entender um pouco mais sobre a natureza humana.

Spock ficará mais humano, após passar por certas paradas.
Em Kronos John Harrison é capturado e acaba revelando à Kirk, entre outras coisas, que ele na verdade é Khan, um ser que havia sido congelado e resgatado pelo Almirante Alexander Marcus. Como Khan é uma espécie de super-homem criado em laboratório, o Almirante Marcus, na época em que o resgatou, o obriga a fabricar armas e outros artefatos para a federação, sob a ameaça de matar seus 72 companheiros que estavam congelados com ele. Enquanto trabalhava à contragosto para Marcus, Khan esconde seus 72 companheiros em 72 torpedos e isto tem uma importância muito grande no enredo. Ao saber disso tudo Kirk percebe que o almirante Marcus não é o grande homem que aparentava ser.

Só queria saber com que razão deixarão vazar que  o tal do John Harrison era o Khan semanas antes do filme ser exibido pro grande público. Estragou a surpresa de todos. O modo como Cumberbatch interpretou a cena em que se revela para Kirk é memorável.

Voltando. Como Khan havia fugido e tinha sido recapturado por Kirk, o atrapalhado almirante teme que o vilão dê com a língua com os dentes (o que acontece) e, por medo de perder a moral, vai atrás da Enterprise, à bordo de sua nave Vengeance, para aniquilá-la com todo mundo dentro.

Carol Marcus é sequestrada pelo próprio pai.
Kirk, que andava batendo muito papo com Khan, para o meu gosto, decide aceitar a ajuda do vilão para deter o amalucado do almirante Marcus, e de quebra resgatar Carol Marcus, filha do almirante que havia sido transportada para a nave do pai. É a deixa ideal para o vilão. Ele detêm Kirk, mata o almirante Marcus, assume o comando da nave Vengeance e tenta negociar com Spock a liberdade de seus 72 aliados. Spock concorda e a troca entre os reféns congelados de Marcus e os tripulantes da Enterprise é feita. Khan recebe os 72 torpedos e comunica à Enterprise que pretende destruí-la. Entretanto, Spock, que havia removido os reféns dos mísseis, informa tal remoção à Khan, que irado começa a almejar a Enterprise. A nave começa à perder a estabilidade e cai em direção à Terra.

Em referência à morte de Spock no filme Jornada nas Estrelas - A Ira de Khan, Kirk decide reparar a nave, arriscando a própria vida. Ele tem êxito e repara a Enterprise, mas acaba morrendo. Spock, que viu o último suspiro de seu Capitão, é tomado pela emoção (coisa inédita em se tratando de um meio-vulcano, e brada o famoso grito: "KHANNNNNN!!!!!!!".

KHANNNNNN!!!!!!!!!!!!
O meio-vulcano sai em busca de Khan na Terra e o persegue pela cidade. Os dois lutam à bordo de um transporte voador, em uma das cenas de luta mais legais que assisti nos últimos tempos. Enquanto isso, na Enterprise, Bones informa à Uhura que o fator de cura de Khan pode trazer Kirk novamente à vida. Uhura nem pensa duas vezes e intercepta o veículo em que a luta de Spock e Khan está acontecendo. Spock está levando a melhor e Khan já está quase morto, quando sua amada lhe diz que eles precisam de Khan vivo para salvar Kirk.

O final você pode imaginar. Kirk volta à vida e acorda duas semanas depois. Spock está um pouco mais "humano" e Khan é recongelado para a proteção dos planetas unidos.

Tem gente dizendo que esta cena é desnecessária.
Mas e quanto à pergunta que não quer calar: E a tão falada Carol Marcus, interpretada por Carol Marcus?

Bem! É uma boa atriz, que cresceu muito neste filme. Foi bem dirigida, é parecida com a atirz da série clássica e tudo o mais.

Mas no quesito importância pra trama, só serviu pra ficar seminua mesmo.

Não tinha dito que era um filmaço?

     Avaliação: Excelente

Marlo George assistiu, escreveu e já esteve na fronteira final. Ele pensava que era em Japeri, mas fica em Paracambi. Onde termina a linha do trem.

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TRAILER