Cartaz nacional
(Universal Pictures)
Data de Lançamento: 27/09/2013 | Site oficial
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Robert Schwentke
Roteiro: Phil Hay & Matt Manfredi
Baseado na história em quadrinhos criada por Peter Lenkov, Lucas Marangon e Randy Emberlin publicada pela Dark Horse Comics
Produção: Neal H. Moritz, Mike Richardson e Michael Fottrell
Elenco: Ryan Reynolds, Jeff Bridges, Mary-Louise Parker e Kevin Bacon
País: EUA | Duração: 96 minutos



Sinopse: 
Dois policiais enviados pelo Departamento Descanse em Paz do além para proteger e servir o mundo dos vivos contra um crescente número de almas destrutivas que se recusam a seguir pacificamente para o outro mundo. O veterano xerife Roy Pulsifer (Bridges) fez carreira com a lendária força policial conhecida como R.I.P.D. – Agentes do Além, perseguindo espíritos monstruosos que de forma inteligente se disfarçam em pessoas comuns. Sua missão? Prender e levar à justiça um tipo especial de criminosos que tentam escapar do juízo final, escondendo-se entre os inocentes na Terra. Quando o divertido Roy recebe o falecido promissor detetive Nick Walker (Reynolds) como seu assistente, os novos parceiros têm que transformar o relutante respeito em trabalho de equipe de primeira qualidade. Quando eles descobrem um plano que pode acabar com a vida como a conhecemos, dois dos melhores agentes do Departamento têm que miraculosamente restaurar o equilíbrio cósmico...ou observar o túnel para a outra vida começar a enviar almas zangadas pelo caminho errado.

Tire uma folga, Ryan...

É muito complicado falar de um filme que meio mundo pôs-se a crucificar - alguns com razão - e que a outra metade nem se dignou a assistir. Confesso que não esperava nada de R.I.P.D. – Agentes do Além.

Primeiro porque tem Ryan Reynolds no elenco. Ele que já tem outros três filmes inspirados em quadrinhos no currículo (Blade: Trinity, X-men - Origens: Wolverine e o já clássico Lanterna Verde) - fora os projetos que não chegaram a ser desenvolvidos, como o tal filme do personagem Flash -, não inspira confiança e nem tem carisma suficiente para estrelar algo que se promove como o início do que deveria ser uma franquia de sucesso. Já está na hora do ator procurar outros objetivos além de participar de filmes do gênero, uma vez que ele não teve êxito nesta parte...

Ryan Reynolds: ainda fazendo o que sempre faz...
Segundo por conta do tom já mostrado no trailer, lembrando - e muito - os filmes da série Homens de Preto (também baseado nos quadrinhos da Dark Horse).

E terceiro por conta da péssima recepção durante o lançamento original - só para terem uma ideia, o filme foi tão mal de bliheteria que já está disponível em Blu-Ray e DVD lá fora, numa tentativa de recuperar alguns trocados no mercado de home video.

Mas o filme não é assim tão ruim, não.

Assista abaixo nosso websódio
falando um pouco mais sobre RIPD...

Eu tive de fazer o que eu tive de fazer...

Claro que tem Reynolds fazendo o que sabe fazer: nada. Mas, convenhamos, o personagem dele também não pede uma atuação shakespeariana... Embora existiram momentos no filme em que a dramaturgia de seu personagem poderia ter sido melhor explorada - o que daria um tom mais sombrio, contrariando o que foi claramente estabelecido pela produção -, a culpa não foi do ator.

Capa dos quadrinhos
 originais
Porém, o principal problema é justamente o roteiro. A trama criada por Phil Hay & Matt Manfredi (que também teve participação de David Dobkin no argumento) é didática ao extremo. Na tentativa de fazer com que o público em geral compreenda a mitologia daquele "universo", acabou prejudicando o ritmo, que fica muito lento em determinadas partes e acelera como se estivéssemos numa montanha-russa em outras.
Mary Louise-Parker: talento desperdiçado
O tom ambíguo também é estranho pois ora temos piadas adultas e ora temos trechos que lembram filmes direcionados ao público infantil. "Temos de atingir a todos!!!", é o que os roteiristas devem ter ouvido da produção do filme. E a personagem Proctor, a diretora dos Agentes do Além - interpretada por Mary-Louise Parker - cumpre a função de manter o público informado da mitologia da forma mais palatável possível. Além de ser um interesse romântico mal-resolvido de Roy, o que também é mal-explorado no roteiro.
Jeff Bridges: sotaque irritante e atuação exagerada
E acredito que o pior problema que o filme enfrente seja justamente... Jeff Bridges. Nunca pensei que diria isso mas o querido ator que nos encantou por seu papel no ótimo Coração Louco (2009) está insuportável como o falastrão xerife Roy Pulsifer. E o problema é exatamente esse: ele fala pelos cotovelos! Em dado momento, o personagem de Reynolds manda-o calar a boca pois precisava organizar os pensamentos. E o público também... Bridges exagerou no tom e isso é culpa, também, do diretor. Seu sotaque irrita ao ponto de não conseguirmos entender o que ele fala em diversos momentos.

Nem colocar Kevin Bacon como o vilão da história - que já sabemos disso desde o primeiro momento em que ele aparece na trama - ajudou. Logo ele que ficou tão bacana em X-Men: Primeira Classe...

Kevin Bacon: a gente sabe que você pode
fazer melhor do que isso...
E os efeitos especiais são apenas básicos, sem nenhuma ousadia. Assim como o 3D não se justifica em momento algum. Se o plano era justamente arrecadar mais na bilheteria por conta do recurso, o tiro saiu pela culatra...

Entre mortos e feridos...

Mas o filme tem momentos divertidos e ideias que foram mal-exploradas. A parte em que Roy e Nick revelam seus avatares para transitar no mundo dos vivos - o xerife é visto como uma linda loira e o novato como um velhinho chinês - é um achado e funciona que é uma beleza.

Nick e Roy em seus avatares: ideia muito boa!
Alguns diálogos e piadas nos fazem até querer saber mais sobre como era tudo antes da história começar, principalmente sobre o que aconteceu com o xerife Roy durante sua estadia no Velho Oeste - ele explica rapidamente durante o filme mas gostaríamos de ter visto isso!

Enfim, vá ao cinema e assista. Não vá cheio de expectativas pois é apenas uma diversão de pouco mais de uma hora e meia. E não tem nada errado com isso...

     Avaliação: Ruim

Kal J. Moon é um Agente do Além que come monstros no café da manhã. Sabem como é: a grana anda curta...

Assista o trailer oficial (legendado em português)