Título: Kick-Ass 2
Elenco: Aaron Taylor-Johnson, Chloë Grace Moretz, Christopher Mintz-Plasse, Morris Chestnut, John Leguizamo, Donald Faison e Jim Carrey
Roteiro: Jeff Wadlow
Direção: Jeff Wadlow

Baseado nos personagens das histórias em quadrinhos criados por Mark Millar & John Romita Jr.
Cena Pós-créditos: SIM | Site oficial |
Distribuição: Universal Pictures do Brasil


Sinopse: 
A insana bravura de Kick-Ass (Aaron Taylor-Johnson) inspira uma nova leva de super-heróis independentes. Na última vez que foram vistos, Hit Girl (Chlöe Grace Moretz) e o jovem vigilante Kick-Ass tentavam viver suas vidas normalmente como Mindy e Dave. Com a formatura do colégio se aproximando e incerto sobre seu próximo passo, Dave decide começar a primeira liga de super-heróis ao lado de Mindy. Infelizmente, quando Mindy é flagrada como Hit Girl, ela é forçada a se aposentar - o que a deixa sozinha e sem recursos no assustador mundo das garotas malvadas do colégio. Sem ninguém a quem recorrer, Dave junta forças com a Justiça para Sempre, liga de super-heróis amadores liderada pelo ex-mafioso e durão Coronel Estrelas e Listras (Jim Carrey). Quando eles começam a fazer diferença nas ruas, o primeiro vilão do mundo, Red Mist - rebatizado como Motherfucker (Christopher Mintz-Plasse) - forma a sua liga do mal e coloca em prática um plano fazer Kick-Ass e Hit Girl pagaram pelo que fizeram com seu pai. Há apenas um problema com o esquema maligno: Se você mexer com um membro da Justiça para Sempre, você mexe com todos os membros da liga...

ATENÇÃO: A PARTIR DAQUI, ESTA RESENHA ESTÁ CHEIA DE SPOILERS, DO INÍCIO AO FIM. CASO NÃO QUEIRA SABER DE ALGUNS DETALHES QUE POSSAM COMPROMETER SUA DIVERSÃO, RECOMENDAMOS QUE CLIQUE AQUI PARA NOSSA RESENHA SEM SPOILERS, OK?

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Bola pro mato!

Curioso. Cinemático. Sexy. Violento. Exagerado. Todos esses adjetivos podem ser utilizados para descrever "Kick-Ass 2", escrito e dirigido por Jeff Wadlow - substituindo Matthew Vaughan, que deixou este filme para dirigir o bem sucedido X-Men Primeira Classe. E também é o que pode ser dito de tudo o que simboliza essa "moda" de filmes baseados em super-herois...
Mindy treina o enferrujado Dave
Vamos simplificar: gostei muito de assistir esse filme no cinema, onde ele deve ser apreciado. Não tem a mesma graça ver tudo o que acontece - e algumas coisas ao mesmo tempo! - na tela de seu PC ou na melhor das TVs pois há um tipo de magia presenciar o que a telona tem de melhor.

Este filme sintetiza e cristaliza todo o prazer de se ler uma boa história em quadrinhos em quase duas horas de projeção. Ele agarra a audiência e só larga quando já a conquistou - e isto se dá apenas quando já estão subindo os créditos finais, ok?

E nem poderia ser diferente...

Nem igual nem diferente

Mesmo que eu ainda ache que demorou muito tempo para este segundo volume ser realizado, o filme não decepciona em seus principais aspectos. A maioria das piadas (físicas, verbais e visuais) e citações funcionam e não cansam em nenhum momento. Principalmente porque todas as citações são comuns aos fãs e acabam funcionando isoladamente, não deixando o espectador comum sem entender.

(entenderam como se faz, roteiristas de É O Fim...?)

A violência deixa de ser somente estilizada para dar um quê de realismo, que é muito bem vindo. A ação desenfreada, em diversas cenas, faz-nos acreditar que tudo está acontecendo de verdade e não como se fosse ensaiado - preste atenção na cena do furgão e na "batalha final" para entender o que quero dizer.
Hit Girl salva o dia... DE NOVO!
Algumas interpretações estão tão primorosas que chegam realmente a emocionar, algo que pareceria um tanto distante em filmes do gênero - ainda mais que não esperamos nada de emoção genuína no universo hardcore de Kick-Ass.

(na cena em que Dave descobre que seu pai foi assassinado por Mother Fucker, ele perde, literalmente, o chão, como se isso estivesse realmente acontecendo, mostrando a maturidade com que a cena foi tratada por parte da direção e do ator Aaron Taylor-Johnson)

Assista abaixo nosso websódio onde comentamos Kick-Ass 2


E o mais importante: mesmo que o roteiro seja bem simples, consegue agradar e ainda surpreender em muitas cenas, que já nasceram antológicas...! E mesmo que alguém pense que tornar a história um pouco mais dramática possa transformar o filme em algo chato, pense que adultos também assistirão, ok?

Veteranos atores como John Leguizamo (e é estranho vê-lo num papel mais sério! - e ele é dono de uma das frases mais engraçadas da trama mas infelizmente acaba morrendo nas mãos dos capangas do tio de Mother Fucker, que tenta fazê-lo desistir dessa coisa de ser "vilão"... Porém, Mother Fucker entende tudo errado e acredita que isso acaba incentivando-o a ser ainda mais cruel) e Jim Carrey parecem estar cercando os atores mais novos para garantir que o espetáculo seja pleno.
Mother Fucker: vilão com motivo e visual risível
E temos novos e interessantes personagens como Night Bitch (sexy toda vida e novo interesse romântico de Kick-Ass), Dr. Gravidade (meu favorito!), Homem-Inseto (o motivo mais implausível para se tornar um heroi), Mãe Rússia (enorme e exagerada como um desenho animado), dentre outros, que só somam à já vitoriosa galeria digna dos melhores quadrinhos.

Até mesmo o fato de Red Mist transformar-se no vilão Mother Fucker - e a explicação para isso é bizarra mas plausível - tem origem nos clássicos dos quadrinhos.

Mas...

Assista abaixo o vídeo de bastidores do filme

Ele está morto, Jim...

O filme não é perfeito. Enquanto o primeiro primava pela ousadia em todos os seus fotogramas, o segundo tinha como real desafio manter o público que gostou de visitar este tipo de história - tanto profundos conhecedores quanto quem acabou indo por falta de opção. A direção optou por não mexer em time que está ganhando e mimetizou o que o primeiro filme tem de melhor. Manteve a fotografia exagerada, cheios de tons berrantes em muitos momentos e com ângulos inusitados como se estivéssemos lendo uma história em quadrinhos (mesmo!), enquanto preocupou-se em seguir adiante adicionando um pouco de drama à história de alguns personagens, tornando-os um pouco mais verossímeis.

O fã de carteirinha vai gritar que "no gibi original já era assim" e tal. Mas quem disse que é fácil transpor esse clima ao cinema sem soar ridículo? Então...

Mas num filme que temos um personagem interpretado por ninguém menos que o ator e comediante Jim Carrey... E quando o vemos em cada cena aguardando que ele GRITE ou faça algo surpreendente mas só o assistimos a repetir suas falas como se tivesse algum tipo de proibição para fazer aquilo pelo qual é conhecido, sabemos que há algum tipo de problema. Sabemos que Carrey nem quis fazer divulgação do filme e ele alega ter seus motivos. Vai saber o quanto disso é verdade ou somente utilizar um fato muito ruim para desculpar-se por um trabalho mal feito...? Ou então o ator pode estar guardando seus truques para a continuação de Débi & Lóide - o que pode até fazer mais sentido.

(estranhamente, o personagem de Jim Carrey - o Coronel Estrelas e Listras - não tem a mesma importância que nos quadrinhos e parte de seu discurso e ações foi amenizada, deixando o ator um tanto desconfortável em relação ao rumo de seu personagem no filme. A cena em que ele morre nas mãos de Mãe Rússia parece ter sido feita no piloto automático e tenho a impressão que Carrey foi obrigado a tirar a máscara para, sei lá, que acreditassem que era ele mesmo que estava lá...)
Desculpe, Jim Carrey... Não foi dessa vez...
O fato da versão brasileira não se decidir entre o que adotar me deixou em dúvida. Imaginamos que o filme não será liberado para menores. Certo. Então, por que os palavrões ditos a torto e direito são censurados? Principalmente, se temos Jim Carrey dizendo "Olha o linguajar!" a todo o tempo... Alguns nomes de personagens são traduzidos e outros, não. E isso acaba gerando frases sem o menor sentido para quem não sabe a língua do Velho Bardo ("Não dá pra ter Mãe Rússia e Mother Fucker na mesma equipe, né?").

Tem também uma determinada cena de cunho completamente escatológico que pode ser considerado um tanto over. Mesmo que ela faça total sentido dentro do contexto da trama. Talvez se essa cena ficasse subentendida, teria o mesmo efeito sem parecer sensacionalista.

(a cena em questão se dá quando Mindy resolve se vingar de umas patricinhas no colégio usando um controle remoto que induz suas vítimas a vomitar compulsivamente em jatos e a ter diarreia. A personagem utiliza este último recurso contra uma delas e ver isso em tela grande vale somente para filmes dos irmãos Wayans num contexto completamente diferente...)

Até quando esperar...?

A mensagem final de Kick-Ass 2 propõe que este tipo de hype pelos seres vestidos em malha colante combatendo o crime - ou tentando! - acabará. E é curioso que isso venha de um dos filmes mais aguardados da temporada e que praticamente encerra os exemplares do gênero em 2013 (e a menos que Thor - O Mundo Sombrio seja nada menos que surpreendente, Kick-Ass 2 é o filme do ano nesse sentido).
Hit Girl tem uma moto - e, SIM, isso é muito legal!!!
(ao final da história, Hit-Girl deixa a cidade para não envolver o Detetive Marcus - que é seu tutor após a morte de Big Daddy - no que se refere à confusão com os vigilantes mascarados, não antes de beijar Kick-Ass... Este, por sua vez, volta a treinar pesado mas, aparentemente, usará armadura para sofrer menos nas lutas)

O problema nisso é tentar imaginar quando viria um próximo filme. Isto porque, após o primeiro exemplar, sempre se aguardou o autor Mark Millar - criador dos personagens - terminar os roteiros dos quadrinhos para usar o material como base. E quando o filme termina, queremos saber mais sobre esse tal de "Millarverse" com ânsia...

(embora tenha sido um tanto óbvio que o vilão Mother Fucker lutaria contra Kick-Ass na cena final e que ele cairia no próprio tanque de tubarões, foi surpresa saber que ele sobreviveu a isso na cena pós-créditos, todo enfaixado no hospital, reclamando que não consegue alcançar o canudo para beber milk-shake)

Resumindo: assista esse filme no cinema, com todos os seus amigos. Vale a pena. E acredite: vai dar vontade de sair no final e encarar a fila pra assistir de novo...

     Avaliação: Ótimo

Kal J. Moon é o anti-heroi The 'Boy, que luta contra as filas de banco e tira fotocópias pra galera...

Trailer oficial (legendado em português)