Data de Lançamento: 13 de dezembro de 2013
Estúdio: New Line Cinema, MGM, Warner Bros. Pictures
Diretor: Peter Jackson
Roteiro: Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson, Guillermo del Toro
Elenco: Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage, Cate Blanchett, Orlando Bloom, Christopher Lee, Hugo Weaving, Evangeline Lilly, John Bell, Jed Brophy, Adam Brown, John Callen, Benedict Cumberbatch, Luke Evans, Stephen Fry, Ryan Gage, Mark Hadlow, Peter Hambleton, Stephen Hunter, William Kircher, Sylvester McCoy, Graham McTavish, Michael Mizrahi, James Nesbitt, Dean O'Gorman, Lee Pace, Mikael Persbrandt, Ken Stott, Aidan Turner
Gênero: Aventura, Fantasia

Sinopse: Os anões, ao lado de Bilbo Bolseiro e Gandalf, O Cinzento, continuam sua jornada para retomar Erebor, sua cidade natal, do dragão maug. Porém, o que não sabem, é que Bilbo possue um misterioso anél mágico.

O Hobbit : A Desolação de Smaug.

Impressionante como estes filmes de Peter Jackson, baseado no livro de J.R.R. Tolkien, O Hobbit, fascinam as pessoas. Apesar da campanha de marketing pobre, o segundo filme da trilogia, O Hobbit : A Desolação de Smaug, ora resenhado, irá arrecadar tanto quanto ou mais que seu antecessor (O Hobbit : Uma Jornada Inesperada arrecadou cerca de 1 bilhão de dólares) e o último filme, que entra em cartaz no ano que vem, deve seguir pelo mesmo caminho bilionário.

O Hobbit! Montado na grana na fantasia e no mundo real.
Lógico que existem milhares de fãs da obra do Professor Tolkien por todos os lugares, mas estes não são suficientes para que tal cifra seja atingida. Nem mesmo se contarmos estes, somando-os aos fãs da Trilogia O Senhor dos Anéis, de Peter Jackson, acredito que chegaríamos à tal monta. Algo nestes filmes fascina o público que, em massa, lota as sessões de cinema e após a temporada compra o filme, seja em streaming, Blu-Ray e onde mais for lançado.

Tenho a impressão que esta "coisa" que a obra de Tolkien, e por conseguinte a de Jackson, tem que fascina indivíduos de todo o mundo é a ideia de que até mesmo a pessoa mais simples, até mesmo VOCÊ, é capaz de fazer a diferença. Um conceito antigo, que deriva da primeira Trilogia cinematográfica, mas que é, novamente, muito bem explorada no segundo filme da nova Trilogia O Hobbit.

A cena dos barris é hilária e emocionante ao mesmo tempo.
O Hobbit : A Desolação de Smaug está uns dez degraus acima do filme que assistimos no ano passado. O filme começa com a origem da missão de retomar Erebor. Após este momento flashback, a trama segue em frente e reencontramos Bilbo, agora mais experiente e um pouco menos desconfortável com sua inesperada aventura. Bilbo retrata muito bem o sujeito mediano, que ao ser desafiado, pode superar suas fraquezas e erguer-se poderoso contra um mundo gigantesco no intuito de superá-lo. Em Bilbo, o público se espelha. Ele representa a coragem que temos no fundo de nossos corações, para superar os desafios e atribulações do dia-a-dia. Aí reside o segredo bilionário dos filmes de Peter Jackson.

Martin Freeman está soberbo na pele do hobbit mais amado do Condado (Frodo é chato e Sam demasiado enfadonho). O charme inglês do ator, as caras e bocas e as atitudes comedidas pintam um Bilbo como ele deve ter sido vislumbrado por seu criador. Um trabalho que merece reconhecimento, na minha experiente opinião. Entre os outros atores oriundos do primeiro filme, destaco Lee Pace, que teve mais espaço neste filme e nos entregou um Thranduil menos afetado que o esperado, tendo em vista o filme anterior, e que personifica, com muita propriedade, o ódio que os anões tem pela raça élfica.

Tauriel. Presença necessária.
Já entre os novatos o destaque é mesmo Evangeline Lilly e sua polêmica Tauriel. A personagem, que não existe nos livros de Tolkien, é criação dos roteiristas do filme e, apesar de dar um ar feminino à um filme repleto de testosterona, é uma guerreira exímia, que nada deve aos outros elfos, como Legolas, por exemplo.

Falando nele, Orlando Bloom reprisou seu papel na Trilogia O Senhor dos Anéis, e quando digo reprisou, digo que ele repetiu mesmo. O Legolas de O Hobbit é o mesmo Legolas de O Senhor dos Anéis.Eu achei que ele iria nos apresentar um personagem menos maduro que o que já conhecia. Mas se levarmos em consideração que os elfos vivem milhares de anos, ou para sempre, se quiserem e estiverem dispostos, até nisso Orlando acertou, afinal só se passaram sessenta anos entre uma trilogia e a outra, tempo insuficiente para provocar mudanças bruscas de amadurecimento em uma criatura milenar como Legolas.

Orlando Bloom e seu Legolas: Mais do mesmo.
Quem desapontou foi Luke Evans e seu Bard, que em muitos momentos parecia-se, fisicamente com o ferreiro William Turner, de Os Piratas do Caribe (interpretado por Orlando Bloom) e ideológicamente com Aragorn, o herdeiro do trono de Gondor de O Senhor dos Anéis, vivido por Viggo Mortensen. Sério, não dava pra olhar o personagem e não lembrar de Will ou de Passolargo. Bard é um dos meus personagens favoritos dos livros de Tolkien. Lembro-me que ao ler O Hobbit, mais de dez anos atrás, criei a imagem de Bard um tanto quanto semelhante à de Errol Flynn, de As Aventuras de Robin Hood, de 1938. Decepcionante, pelo menos para mim, vê-lo se tornar um plágio óbvio e um personagem sem inspiração.

Porém, não dá pra se decepcionar com o dragão. Smaug aparece monstruoso, terrível e magnífico (justificando sua alcunha). Ele inicia um jogo de gato e rato com Bilbo à certa altura do filme que com certeza o fará ser uma das criaturas mais célebres do cinema. Benedict Cumberbatch fez um trabalho brilhante dublando a criatura.

A beleza e o significado desta cena faz deste um filme inesquecível.
Quanto ao 3D, comparado ao que vimos em Gravidade (que é incrível) cumpre seu papel de imersão, porém sem maiores novidades.

O Hobbit : A Desolação de Smaug é altamente recomendável. Um filme imenso. Que rasgará seu coração, na ponta da flecha do que há de melhor na sétima arte do século XXI.

     Avaliação: Ótimo

Marlo George assistiu, resenhou e tem certeza de que há um dragão vermelho o seguindo...

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