Um dos mais memoráveis heróis de todos os tempos, Tarzan foi criado por Edgar Rice Burroughs que escreveu suas primeiras histórias no início da década de 10, e as publicou na revista All-Story Magazine em 1912. A compilação destas histórias acabou indo parar nas livrarias dois anos depois. Lógico que não tardou para o homem-macaco ir parar nos cinemas, sendo interpretado pela primeira vez por Elmo Lincoln no filme do diretor Scott Sidney, Tarzan, O Homem Macaco, de 1918.
Após 47 filmes, algumas séries de TV e os horrorosos longas animados da Disney, o herói ressurge (exatamente 100 anos após a publicação do primeiro livro) no cinema, desta vez em uma animação em 3D.
Nesta nova versão, a origem de Tarzan é bem diferente daquela a que estamos acostumados. Ao invés de ser o herdeiro do título de Lorde Greystoke, descendente de uma família tradicional da aristocracia inglesa, J.J. Greystoke (o nome original do personagem é John Clayton III) é oriundo de Nova York e sua família, os Greystoke, dão nome à uma companhia exploradora de energia. O menino acaba se perdendo na selva africana após um acidente aéreo que vitimou seus pais e o piloto do helicóptero. Ele acaba sendo adotado por uma gorila, tornando-se Tarzan (nome que ele mesmo inventou) e se auto-intitula "Rei da Selva".
"O que incomoda é que o resultado é sofrível. Tarzan 3D não passa de um filmeco piegas, com algumas citações à outras adaptações."
A trama tenta atualizar a história original tratando do tema da exploração irresponsável de recursos naturais. Acredito que, hoje em dia, poucos serão aqueles que irão se incomodar com o fato dos roteiristas terem simplesmente deturpado os contos de Burroughs, no intuito de criar um filme engajado. O que incomoda é que o resultado é sofrível. Tarzan 3D não passa de um filmeco piegas, com algumas citações à outras adaptações (o icônico grito da série de TV e uma sequência à la Tarzan skatista da Disney, estão lá).
O roteiro é bobinho, mas deve agradar crianças entre os seis e onze anos de idade. Portanto, se tiver crianças em casa, pode enfiar este Tarzan ianque goela abaixo que elas engolem.
Tarzan, Jane e a macacada reunida. |
— Não sou esquisito... me desenharam assim. |
A edição de som é regular e isto é mascarado (acho que propositadamente) pela trilha sonora que está alta demais. A trilha sonora permeia todo o filme, tornando-se enjoativa. Para piorar, em certo momento ela deixa de ser épica e se torna eletrônica, encaixando descabidamente a canção Paradise,da banda Coldplay, na cena em que Jane e Tarzan nadam em um rio. Se a experiência de assistir este filme já estava sendo ruim, nesta hora ficou quase insuportável.
As paisagens magníficas não compensam o roteiro raso. |
Tarzan 3D não é, e nem pretende ser, a melhor adaptação do Rei das Selvas para o cinema. É uma produção direcionada ao público infantil, que possivelmente irá passar batida e logo será esquecida.
Avaliação: Ruim
Marlo George, assistiu, escreveu e por pouco não desistiu de tudo, para ir morar com as macacas em um lugar bem ermo após assistir esta animação.
Poster Nacional. |
Data de Lançamento: 17 de janeiro de 2014
Distribuidor: Imagem Filmes
Diretor: Reinhard Klooss
Roteiro: Reinhard Klooss, Jessica Postigo, Yoni Brenner
Adaptação: Edgar Rice Burroughs
Elenco Internacional: Kellan Lutz, Robert Capron, Spencer Locke
Elenco Nacional: Débora Nascimento, José Loreto
Gênero: Animação, Ação, Aventura
Sinopse: Tarzan e Jane Porter encaram um exército mercenário contratado pelo Presidente da Greystoke Energies, um homem que assumiu a companhia fundada pelos pais de Tarzan, após a sua morte em um acidente de avião.