"O amor tem feito coisas que até mesmo Deus duvida."

O trecho acima citado, da canção de Vitor Martins e Ivan Lins, este último, o interprete da versão original da mesma, pode servir como um resumo apropriado para o primeiro filme de Akiva Goldsman na direção, Um Conto do Destino. Baseado no romance de Mark Helprin, o filme mostra um tipo de amor que nem mesmo Deus (e muito menos o diabo, nesse caso) acreditariam que é possível. Um amor tão forte que a pessoa não pode morrer. De uma espécie rara. Um verdadeiro milagre.

Peter Lake é um jovem ladrão que vive na Manhattan do final do século 19 e que, após uma perseguição, decide fazer um último "trabalho" antes de deixar a cidade. Ele invade a casa da família Penn, acreditando que a mesma estava vazia, mas acaba esbarrando com a filha mais velha de Isaac Penn, Beverly, e de quebra, conhece o amor de sua vida. Porém, o destino é cruel. Beverly está condenada em razão da tuberculose. A moça tem poucos meses de vida.

Farrell e seu cabelinho de vem cá minha mula.
Este plot pode parecer careta e piegas como qualquer obra de Nicholas Sparks, mas Um Conto do Destino se diferencia de outros romances para menininhas ou similares, pois está repleto de fantasia e é muito bem resolvido em mesclar estes dois elementos: O amor e a Magia.

Colin Farrell, que interpreta o intrépido Peter Lake, está em um ótimo momento na carreira, mais maduro, apesar do penteado de fazer inveja à Robert Langdon (de O Código Da Vinci, filme que foi roteirizado por Goldsman) que é o detentor do título de cabelo mais ridículo do cinema. Farrell vem fazendo escolhas certas nos últimos dois anos, deixando pra trás o passado e filmes péssimos como Alexandre (que é uma bizarrice desnecessária) e O Vingador do Futuro, remake que foi execrado pela crítica especializada e por parte do público, àquela que interessa que são os fãs de SciFi que idolatram a obra original.

Filme mescla o romance e a fantasia, porém pode não agradar os fãs mais radicais tanto de filmes de amor, como de ficção científica fantástica.
Russell Crowe está mais overacting que nunca.
A ainda desconhecida, mas belíssima, Jessica Brown Findlay, que eu só conhecia de Downton Abbey, personifica a personagem Beverly Penn e mostra que tem futuro na telona. É muito agradável vê-la desenvolvendo uma personagem tão complexa com desenvoltura. Outras figurinhas carimbadas do elenco são William Hurt e Russell Crowe. O primeiro está comedido no papel de pai da enferma Beverly, enquanto o segundo exagera na atuação como o demônio Pearly Soames. Participam especialmente do filme Matt Bomer (White Collar), Lucy Griffiths (True Blood) e Will Smith.

Connely em papel modesto, mas importante para a conclusão da trama.
A sumida Jennifer Connely aparece no terço final do filme, em meio à uma reviravolta que só não é impressionante porque foi explicada muito apressadamente.

Trata-se de um filme que flerta com a fantasia e lógico que temos efeitos especiais, mas estes estão muito aquém daquilo que já é possível se fazer hoje em dia e poderiam ter sido mais caprichados.

Como já disse, o filme mescla o romance e a fantasia, porém pode não agradar à fãs mais radicais tanto de filmes de amor, como de ficção científica fantástica.

Avaliação: Bom.

Marlo George assistiu, escreveu e acha que este filme é perfeito pro nerd levar uma patricinha pra assistir...



Data de Lançamento: 21 de fevereiro de 2014
Estúdio: Warner Bros. Pictures 
Diretor: Akiva Goldsman 
Roteiro: Akiva Goldsman 
Elenco: Colin Farrell, Jessica Brown Findlay, Jennifer Connelly, William Hurt, Eva Marie Saint, Russell Crowe, Ripley Sobo, Mckayla Twiggs 
Gênero: Drama, Fantasia
Duração: 118 minutos

Sinopse: Situado numa mítica cidade de Nova York há mais de cem anos, Um Conto do Destino é uma história de milagres, destinos cruzados e a velha batalha entre o bem e o mal.