Nosso planeta é novamente invadido por criaturas alienígenas e a humanidade arruma um modo de tentar deter a raça inimiga de forma bem criativa, ou seja, usando armaduras definitivas que fazem de meros homens, supersoldados.

Sim, a fórmula pode soar repetitiva, mas tudo é válido em nome do entretenimento.

Baseado na light novel japonesa All You Need Is Kill, de Hiroshi Sakurazaka, No Limite do Amanhã, novo filme de Tom Cruise, que entra em cartaz no próximo dia 29, não ignora a fonte e tem ritmo e jeitão de anime sci-fi. Ação desenfreada, sequências de tirar o fôlego e um clima apocalíptico (menos afetado que o de obras similares) típicos das animações nipônicas são o único atrativo deste longa, que é descaradamente influenciado por animes como Mobile Suit Gundam, Detonator Orgum, entre outros.

Cruise está mais blasé que nunca...
O Major Cage, interpretado por Tom Cruise, é um assessor de imprensa do exército que acaba se tornando um herói relutante, quando é colocado em campo de batalha por uma decisão atrapalhada de seus superiores. Assim sendo, Cage é designado soldado do pelotão J, e deve lutar contra os aliens usando um exoesqueleto de aço, que foi apropriadamente apelidado de "jaqueta".

Porém, em sua primeira missão, Cage morre ao tentar salvar Rita (Emily Blunt), uma veterana conhecida como "Full Metal Bitch", mas por ter entrado em contato com um alienígena especial, ele ganha o poder de voltar à vida e no tempo, podendo assim, reparar erros cometidos no passado para tentar costurar o presente e salvar o dia.

E assim Cage e Rita, morrem, revivem, morrem outra vez, revivem novamente e por aí vai...

'Tom Cruise apostou suas fichas, e se deu mal.'

Longe de ser original, dizer que o roteiro é previsível serie excesso de elegância. O roteiro é manjado mesmo. Tudo é muito clichê. Como a trama envolve viagem no tempo e a solução para o problema dos terráqueos com os aliens pode ser resolvido através das várias tentativas de Cage de salvar o dia, revivendo-o e concertando seus erros (e os de seus companheiros), repetidamente, os diálogos se tornam mais do que previsíveis.

A "Vagaba de Metal" fazendo o que sabe. Matar Tom Cruise.
Nada original, também, é o nome do filme em inglês. "The Edge of Tomorrow" é o nome de pelo menos dois livros de ficção científica. Um deles é do renomado Isaac Asimov e o outro de Howard Fast, também prolífico autor do tema. Putz...

Outro problema do filme é a presença soberana de Tom Cruise. Cage jamais deveria ter sido interpretado por Cruise (que poderia muito bem estar no filme, como o Sargento Farrell, vivido por Bill Paxton), pois o papel demanda um ator jovem. Se Cage fosse interpretado por Michael B. Jordan ou John Cho, por exemplo, No Limite do Amanhã poderia cair na graça de um público, que ao meu ver, seria o alvo ideal para este tipo de produção, que são o infanto-juvenil.

Enfim, se a temática tem haver com cientologia ou não, não sabemos e nem iremos nos ater a este tema. Mas No Limite do Amanhã é mais um filme em que Tom Cruise apostou suas fichas, e se deu mal.


Marlo George assistiu, escreveu e também xingou Emily Blunt de "Vagaba de metal"...



Lançamento: 29 de maio de 2014
Duração: 113 minutos.
Diretor: Doug Liman
Elenco: Tom Cruise, Emily Blunt, Bill Paxton, Jeremy Piven, Ciaran Hinds, Noah Taylor, Kick Gurry, Dragomir Mrsic, Charlotte Riley, Jonas Armstrong, Franz Drameh, Masayoshi Haneda, Tony Way
Gênero: Ficção científica , Ação

Sinopse: O major William Cage (Cruise) é um oficial que nunca viveu um dia de combate quando é designado para uma missão suicida. Morto em alguns minutos, Cage agora se vê inexplicavelmente num túnel do tempo que o força a viver o mesmo combate brutal diversas vezes, lutando e morrendo de novo... e de novo.