Quem vasculha a internet encontra uma grande quantidade de resenhas e críticas sobre “Vingadores A Queda”. A história tem defensores ardorosos e críticos ferrenhos espalhados pela blogsfera. Também se pode encontrar alguns resumos sobre os acontecimentos em si e opiniões sobre eles.

                Entretanto, Vingadores a Queda não deve ser analisada como uma história em si. Ela marca o fim de uma era e o inicio de algo totalmente novo e grandioso na Casa das Ideias. E isso não é uma opinião minha ou de alguém daqui do Poltrona Pop. Isso é fato comprovado. Esse história não apenas finaliza uma fase dos Heróis mais poderosos da Terra, como dá início a uma nova e, por consequência, planta a semente para pelo menos mais uns quatro grandes eventos na Editora, todos direta ou indiretamente ligados a ela. (Ficou na dúvida, então vamos lá: Dinastia M conta a história de Vingadores e X-Men tentando invadir Genosha e enfrentando uma nova realidade, e termina com a frase mais impactante no universo Marvel nas últimas décadas: “NO more Mutants” em português “Chega de Mutantes” – Complexo de Messias, grande crossover mutante bem no estilo dos anos noventa, tipo Canção do Carrasco;  “Segundo Advento” trazendo de volta ao presente Cable e Esperança, a messias mutante; e por último, Vingadores X X-Men, que planta a semente para a nova revolução mutante de Ciclope.)
A Mulher-Hulk, que tinha enlouquecido
com uma tóxima algumas histórias atrás,
volta a surtar em "A Queda"

 E ainda houveram as consequências indiretas. A formação dos Novos Vingadores e a presença de Luke Cage, mais tarde o líder dos Vingadores rebeldes que enfrentam a lei de registro do Tony Stark e depois Norman Osborn. O reaparecimento “misterioso” de Magneto, dado como morto desde a declaração de guerra de Genosha. Tudo isso, arquitetado pela mente de Brian Michael Bendis, responsável pelo novo folego da Marvel e da franquia Vingadores na última década.

A história em si encontrada em Vingadores A Queda apresenta o pior dia na vida dos Vingadores. Todos os maiores inimigos do grupo resolvem atacar de uma só vez (incluindo o alcoolismo de Tony Stark) e o grupo acaba desmantelado. (Assemble – grito de guerra original dos Vingadores é algo como Agrupar, reunir, e o nome original da história é Dissambled – Desmantelado, desmontado) O causador de tudo isso se revela magistralmente como um inimigo muito mais próximo e conhecedor dos segredos do grupo do que o imaginado. A arte de David Finch (algumas vezes criticado nessa história) serve para ressaltar o tom sombrio e melancólico da trama, com um final carregado de decepção e amargura.

O inimigo (a) se revela, em toda a sua amargura, poder e rancor, e deixa os Heróis mais Poderosos da
Terra literalmente aos seus pés...
Para quem está iniciando agora nos quadrinhos Marvel, A Queda é o melhor lugar para começar, exatamente por estender o tapete para a próxima década de histórias da Casa das Ideias. Se você já é um leitor antigo, sabe do que eu estou falando, mesmo que não concorde de que a história em si é boa, tem que dar o braço a torcer para a importância dela para a história da Marvel.  
Fica a dica para quem quer conhecer a Marvel e quadrinhos em geral. Comece com a Queda. Quando se está no fundo do poço, só é possível subir. Pelo menos isso os Vingadores podem te ensinar.


Jorge Caffé leu, releu, e ainda fica impressionado com a cena em que se revela o inimigo levitando sobre as ruínas da mansão Vingadores... ( Essa mesmo ai de cima...)