Sinopse: Os Morlocks são uma comunidade de párias mutantes que vive abaixo das ruas de Manhattan, e se vêm caçados como animais pelos Carrascos, assassinos de mutantes contratados por um misterioso vilão. A única esperança para os Morlocks são alguns dos heróis da Marvel: X-MEN, X-FACTOR, Quarteto Futuro, Novos Mutantes e o Poderoso Thor! Será que a presença desses heróis vai ser suficiente para garantir a sobrevivência dos Morlocks?


           Uma das posturas que foram combatidas pelos roteiristas mutantes da década de noventa e inicio de 2000 foi a dos plots super longos que se desenrolavam em sub plots ainda mais longos. A saída de Claremont e Jim Lee da Marvel no meio do caminho de um desses mega-plots foi a gota d'água para determinar o fim (pelo menos temporários) desse recurso. Não é o caso de "A queda de Mutantes". Muito pelo contrário, aqui, temos o auge dos mega-plots que se desenrolaram por todo o universo mutante, além de uma constante tentativa de integrar todos os personagens da Marvel, de modo que fatos ocorridos com um personagem/grupo em uma revista fosse visto em outra.

O mega  Plot em questão gira em torno do misterioso contratante dos Carrascos, um estranho bando de mutantes ciborgues para exterminar os Morlocks dos subterrâneos de Manhattan.

           A história toda se passa em apenas uma noite, quando, acossados pelos Carrascos, os morlocks recorrem aos X-MEN por ajuda. Começa uma verdadeira caçada nos esgotos da cidade, com consequências que marcariam para sempre os principais personagens mutantes. Quem lê esse volume de forma independente não aproveita muito bem o que é construído pelos autores. (Exatamente um exemplo dos mega-plots citados acima), mas quem em seguida lê os álbuns de "A queda dos Mutantes" vai poder acompanhar a queda e a mais significativa mudança em um personagem mutante: a transformação de Anjo em Arcanjo.
        Além disso, talvez não entenda muito bem quem é a ruiva casada com Scott Summers, ou por que os Carrascos também a querem. O Massacre faz parte de um plot que começa algumas edições antes e se desenrola por "A queda dos Mutantes" e pode se dizer, é concluído com "Inferno".
        A história e a arte, apesar de serem muito boas, são datadas, com elementos comuns das histórias em quadrinhos da década de 80. Porém, fazem parte de uma era mutante que plantou sementes que até hoje dão frutos, e só por isso representam uma leitura obrigatória e um volume que não deve faltar em sua estante.
       Para os mais corajosos, ou para aqueles que gostaram da história e gostariam de saber as consequências dela no universo mutantes, fica a dica de procurar as edições em formatinho da editora Abril em sebos e pela internet, e presenciar momentos gloriosos que são consequências diretas desse volume: Os X-MEN enfrentando os Carrascos em sua antiga base, o X-FACTOR contra Apocalipse.

       A escolha dessa história para a publicação de um encadernado fechado é uma faca de dois gumes: Enquanto a história tem uma importância e é tratada com um carinho especial pelos fãs mutantes, ela perde muito de seu valor se lida de forma independente. A Panini já publicou "A queda dos Mutantes" que é um evento que segue os moldes de "Massacre dos Mutantes". Resta agora ficar na espera de outras sagas da época, e principalmente que estejam ligadas a esse volume, como "Inferno".  


Jorge Caffé leu, releu o "Massacre dos Mutantes" e sempre se empolga quando Wolverine enfrente Dentes de Sabre...