André Rodrigues, Showrunner de Que Talento!
Leia abaixo parte do press-release da série Que Talento!, que está implementando uma novidade no mercado nacional de produções para a TV: A figura do Showrunner:

A nova produção da Cinefilm para a TV explora uma novidade no Brasil: a figura do showrunner. A produtora está por trás de Que Talento!, o programa infanto-juvenil que estreou sábado passado (24 de
maio) no canal Disney Channel, dirigido por Juliana Vonlanten e Daniel Caselli, e que conta a história de um grupo de amigos que funda uma agência de talentos. Para tanto, ocupou 4 cenários, 450 metros de set construídos, e contou com 10 artistas no elenco principal, durante 3 meses de gravação na Vila Mariana, em São Paulo.

Champ é um adolescente que sonha em ser artista, mas descobre que não tem nenhum talento, a não ser o de descobrir talentos. Ele passa, então, a agenciar seus amigos, através de sua empresa, a Barulho Talents. E, para contar essa história, a Cinefilm importou para território nacional uma das figuras mais importantes na construção de um seriado, que expande o papel do escritor. “Normalmente, o roteirista escreve, passa para a produção e aí acaba o papel dele. O que muda é que ele vai participar de todo o processo, de análise técnica, do orçamento, ele vai para a reunião de produção, para a reunião com os atores,” explica Juliana Vonlanten, sócia da Cinefilm e diretora geral da série, responsável pela participação do showrunner no
seriado.

“O showrunner está lá para garantir que o que foi pensado e escrito, ou seja, que a essência da série seja entregue nos episódios. É um checador geral, uma pessoa que participa de todos os processos, do início até a aprovação dos episódios finais, depois da montagem, do som, da trilha, de tudo”, analisa André Rodrigues, criador do programa, que assume esta função na atração. “É um facilitador porque é muito comum imprevistos em cena que levam a alteração imediata do roteiro, aí o fazemos e depois lá na frente percebemos que mudamos algo que era importante para o curso da história. Mas com o showrunner presente, ele não só sinaliza como ajuda a encontrar outro caminho”, completa Juliana.

As etapas para a construção de um seriado são inúmeras e vem daí a necessidade desta supervisão mais detalhada. Passa-se pela criação da história original, redação dos roteiros, escolha de elenco, ensaios,
concepção artística dos cenários, figurinos, iluminação, sonoplastia, até chegar à direção de cena e às gravações propriamente ditas. Um roteiro, no meio de todo este processo, acaba virando um guia de ações para cada um das dezenas de profissionais que vão trabalhar em cima dele. E muita coisa pode
se perder no meio deste caminho, especialmente as intenções do roteirista. 

O papel do showrunner é, então, garantir que todas estas áreas conversem com as propostas dramatúrgicas, imprimindo ao trabalho como um todo uma identidade reconhecível e mantendo uma unidade. Escapa-se, assim, com mais facilidade do efeito “colcha de retalhos”, em que as partes não parecem conversar tão bem entre si. O resultado é um trabalho muito mais vivo, completo e rico.

Exemplo desta complexidade é o fato de que a série Que Talento! já existe na cabeça de André há tempos. “O processo de construção da ideia, desenvolvimento, orçamento, e aprovação, foi longo. Foram quase dois anos, desde a preparação para o piloto até hoje”, diz Rodrigues.

A ideia foi assinada junto com o Disney Channel, que tinha como proposta inicial a produção de uma série infanto-juvenil protagonizada por uma de suas principais atrações musicais, a banda College11. A produção já começou o trabalho, portanto, com foco no mundo da arte e com a colaboração dos atores Mayra Arduini e Bruno Martini, que mais tarde se tornaram dois dos protagonistas do programa, ao lado de Gabriel Calamari, que vive Champ, o empresário da turma. “O canal contribuiu bastante para afinar o conceito e traduzir o que será visto na telinha. Nosso objetivo foi fazer uma produção nacional que se misture com toda a programação do canal tanto esteticamente quanto conceitualmente, foi efetivamente uma co-produção”, conta Flávio Vonlanten, produtor do seriado e sócio da Cinefilm.

Fonte: Disney Channel (via e-mail).