Foi ao lado do diretor Antoine Fuqua que Denzel Washington ganhou o Oscar de Melhor Ator, pelo filme "Dia de Treinamento" em 2001. Agora a dupla está de volta com "O Protetor", mas sem sombra de dúvidas, ambos passarão longe do tapete vermelho dos Academy Awards do ano que vem.

"O Protetor", ao contrário de "Dia de Treinamento" não nos mostra nada de novo. O que temos é Denzel Washington interpretando novamente um justiceiro disposto a encontrar uma garota pela qual se importa, assim como acontece em "Chamas da Vingança" de 2004. Se neste último, a garota em questão era a pequena Dakota Fanning, que na época, ainda criança, encantava o mundo com seu jeitinho doce, desta vez Washington, na pele de Robert McCall, protegerá uma das mais recentes queridinhas de Hollywood, Chloe Grace Moretz, que vive a prostituta Teri.


O roteiro do filme é inconsistente, uma vez que a relação de McCall e Teri é recente demais para que o justiceiro decidisse enfrentar a máfia russa para defender a meretriz infanto-juvenil. Não há, na narrativa, nenhuma motivação que justifique as ações de McCall. Ele não está apaixonado pela garota, não utiliza-se de seus favores (se é que me entende), não sabe nada sobre ela ou sobre sua família. Os dois apenas frequentam o mesmo bar, onde trocaram algumas palavras e gentilezas, nada mais. Nem mesmo o fato de McCall ter testemunhado o "rapto" de Teri pelos seus cafetões é motivo suficiente. A própria platéia não tem tempo de conhecer a personagem de Chloe Grace Moretz direito, já que a atriz não aparece por mais que 15 minutos durante todo o filme.

Além do mais, o personagem é misterioso em demasia. Nada se sabe sobre seu passado, além de que foi um policial black ops que forjou a própria morte para viver uma vida discreta. Ainda por cima McCall é uma pessoa tão introspectiva, que até o expectador tem dificuldade em simpatizar com ele. Pra dizer a verdade, à certa altura, me desinteressei completamente por McCall e por sua busca.


O filme, segundo consta em sua ficha técnica, tem 131 minutos, mas a história é tão arrastada e enfadonha, que a impressão que tive é de que o filme tinha pelo menos 60 minutos à mais.

De positivo temos as sequências de ação (leia-se "porrada") que são muito bem realizadas. Quando McCall bate em algum inimigo ele bate pra quebrar. O ex-policial tem ainda a mania de cronometrar tudo que faz e, ao que observei, é muito exigente consigo mesmo, pois fica tentando se superar sempre que pode. Essa obsessão da personagem com o tempo é responsável pelos poucos momentos divertidos do longa.

Estava bastante ansioso por assistir "O Protetor", pois além de ser um filme com o Denzel que é um ator que eu curto bastante, ainda é dirigido pelo mesmo diretor do excelente "Dia de Treinamento". É com pesar que tenho de dizer que me decepcionei.


Marlo George assistiu, escreveu e também já leu ernest hemingway...




Data de lançamento: 25 de setembro de 2014
Estúdio: Sony Pictures (Columbia Pictures )
Diretor: Antoine Fuqua 
Roteiro: Richard Wenk 
Elenco: Denzel Washington, Marton Csokas, Chloë Grace Moretz, David Harbour, Bill Pullman, Melissa Leo 
Gênero: Ação, Suspense

Sinopse: Em “O Protetor”, Denzel Washington interpreta McCall, um ex-oficial das forças especiais que simulou sua morte para viver uma vida tranquila em Boston. Quando ele sai de sua aposentadoria auto-imposta para resgatar uma jovem, Teri (Chloë Grace Moretz), se encontra frente a frente com gangsters russos ultra-violentos. Enquanto ele pratica atos de vingança contra todos os que agem brutalmente sobre pessoas indefesas, seu desejo de justiça se reacende. Se alguém tem um problema, está com todas as chances empilhadas contra si, e sem ter para onde correr; McCall vai ajudar. Ele é O Protetor.