A espionagem sempre foi muito bem  explorada no cinema. O exemplo mais famoso é o óbvio agente secreto James Bond, criação de Ian Fleming.

Mas como é a REAL espionagem, aquela executada por cidadãos comuns, longe das aventuras e explosões mostradas ad-nauseum em filmes diversos?

É sobre este tipo mais prosaico que trata a trama de "O Homem Mais Procurado", filme dirigido por Anton Corbijn.

A rotina burocrática do espião entediado

Este filme é celebrado como o último trabalho para o cinema finalizado do ator Philip Seymour Hoffman (vencedor do Oscar por "Capote"). E também pode ser chamado de seu personagem menos relevante, onde Hoffman demonstra em cena todo o cansaço e desgaste cênico, algo que não pode ser escondido ou disfarçado facilmente.


E a direção de Anton Corbijn (do interessante "Um Homem Misterioso") falha na tentativa de exibir a rotina burocrática de um espião que tenta evitar um incidente internacional de grandes proporções e, assim, limpar seu nome e sair daquela situação profissional desagradável.

O tema é bom. Porém, o roteiro escrito por Andrew Bovell (de "A Hora da Escuridão") deixa o espectador exausto com o excesso de informações e a ausência de emoções.

É uma verdadeira guerra... contra o sono!

O único destaque é a belíssima direção de fotografia, comandada por Benoit Delhomme (de "O Menino do Pijama Listrado") que compõe imagens que ainda suscitam algum interesse neste verdadeiro fiasco.

Triste e uma mancha no currículo de Hoffman. Mas não dá para acertar sempre...


Kal J. Moon nunca dirá que é um agente secreto. Existem ordens superiores contra isso...



Data de estreia: 09/10/2014
Direção: Anton Corbijn 
Roteiro: Andrew Bovell (adaptado do romance homônimo de John Le Carré)
Elenco: Philip Seymor Hoffman,  Rachel McAdams, Robin Wright, Willem Dafoe e Daniel Brühl 
Distribuição: Diamond Filmes

Sinopse: Issa Karpov é um devotado muçulmano que entra clandestinamente em Hamburgo - a
cidade que, após o 11 de setembro de 2001, suspeita-se, abrigou alguns dos responsáveis pelo atentado. O imigrante meio russo, meio checheno, que traz ainda na pele as marcas da tortura brutal que sofreu, é acolhido pela comunidade islâmica da cidade que acredita na sua história: ele veio ao país reclamar a fortuna do pai russo. Mas a presença do estrangeiro na cidade atrai a atenção de agências internacionais e serviços de segurança da Alemanha e dos Estados Unidos. Enquanto o tique-taque do relógio não para, arma-se uma corrida de
espionagem e informações para desvendar a verdadeira identidade do
visitante: será ele uma vítima da opressão internacional ou um extremista com intenções criminosas?