O segundo longa metragem de Patxi Amezcua, o thriller "Sétimo", apesar de contar com um dos grandes astros do cinema argentino, Ricardo Darín, e com cartazes que nada devem às produções hollywoodianas, não empolga.


O filme, que estreia no Brasil mais de um ano depois de seu lançamento na Argentina, deixa à desejar, uma vez que, por tratar-se de um suspense, não deveria deixar tão clara a autoria do crime cometido que dá início à trama. Não vou entregar aqui quem é (ou são) a mente criminosa por trás dos acontecimentos de "Sétimo", e nem preciso, já que qualquer espectador mais atento, mata a charada quinze minutos depois que o sequestro dos filhos do advogado Sebastián (Darín) é realizado.

A personagem principal fica praticamente o filme todo caminhando em círculos, tentado desvendar o misterioso desaparecimento de seus "chicos" por si próprio, acusando Deus e o mundo, como se sua intenção fosse, unica e exclusivamente, "gastar fita" para concluir os 88 minutos de duração do longa. O roteiro foi escrito por Amezcua e Alejo Flah, que tem uma carreira irregular neste mister.


Deixando de lado o roteiro equivocado e preguiçoso, a direção de fotografia salva o filme. Com poucas locações, o experiente Lucio Bonelli mostra ao que veio e nos apresenta um trabalho soberbo. Bonelli é um dos melhores diretores de fotografia da Argentina, responsável por trabalhos memoráveis como "El Fondo Del Mar", de 2003, e "Tiempo de Valientes", de 2005.

Os protagonistas são interpretados por Ricardo Darín e pela espanhola Belén Rueda. A dupla tem química e experiência suficiente para não fazer feio perante as câmeras, mas sem um bom material para trabalhar, seu desempenho ficou prejudicado e a impressão que se tem é de que foi desperdiçada uma ótima oportunidade de fazer um suspense cerebral, com atuações incríveis, que ficaria na memória do cinéfilo de plantão.

Uma pena.


Marlo George assistiu, escreveu e acreditava que em algum momento aconteceria um plot twist que justificaria o filme. Não rolou...