Para que um diretor tenha vontade de fazer um filme baseado em uma história verídica, é importante que os fatos tenham sido, no mínimo, interessantes, assim como as pessoas que os viveram. A Teoria de Tudo nos traz a história do romance entre Jane Wilde e Stephen Hawking, duas pessoas que tiveram vidas extraordinárias o suficiente para nos dar um longa que, apesar de dramático, é divertido.

"Atuações impecáveis e roteiro bem amarrado. Vale a pena assistir 'A Teoria de Tudo'"

O filme começa exatamente com os dois se conhecendo, e não demora muito para que o amor entrasse em ação, já que logo ao se olharem surge um interesse. E daí o filme nos leva rapidamente ao descobrimento que Hawking tem sobre seu destino, que será enfrentar uma doença que irá impedir ações simples como falar, andar e até mesmo respirar. A obra segue com o relacionamento do casal pós-descoberta da doença.

As atuações são impecáveis, principalmente da parte de Eddie Redmayne (Stephen Hawking) que consegue impressionar ao atuar de tal maneira que realmente parece ter a doença do renomado cientista, sem dúvida fazendo por merecer a indicação que recebeu da Academia. Felicity Jones também atua muito bem, principalmente nas expressões de sua face, que mostram exatamente como Jane está se sentindo nas cenas do filme, além de ter um ótimo entrosamento com Redmayne, que é perceptível em cenas que demonstram improvisação de ambos os atores.

A química entre os atores
é gigantesca. Impecável.
O roteiro é bem amarrado e a trama prende o espectador, sem nenhuma "barriga", o que faz com que o filme, apesar de longo, passe rapidamente aos olhos de quem o assiste. Contudo, um grande problema é a falta da clara passagem do tempo, onde sabemos apenas que ocorrem tais passagens por uma pequena mudança no penteado de Felicity ou pelo estilo de roupa que os coadjuvantes vestem, sem nenhuma data concreta. O filme se perde neste quesito.

Outro erro é o fato de os atores não aparentarem muito envelhecimento durante a passagem de tempo do filme. Sabemos que desde que Hawking soube de sua doença até o lançamento do livro "Uma Breve História do Tempo"  passaram-se mais ou menos 20 anos, contudo não vemos nenhuma mudança brusca nas feições de Jane nem de Stephen, como se os mesmo tivessem parado de envelhecer nos anos 60.

Apesar de alguns pequenos erros, o filme é muito bom, tanto para se divertir quanto para refletir sobre a vida, pelos poucos pensamentos de Hawking que o filme mostra. Vale muito a pena assistir A Teoria de Tudo.



Andreas Cesar tem certeza que a equação que explica tudo está na nossa cara e nos sentiremos tolos quando alguém a descobrir. Ainda mais se for o Hawking!