O novato Kevin Greutert já tinha se aventurado no mundo do cinema como editor de curtas e de alguns filmes despretensiosos, quando, em  2004, bateu em sua porta a chance de editar um longa que se tornaria uma febre: "Jogos Mortais". Após assumir a edição dos demais filmes da franquia, e até mesmo dirigir os últimos dois longas da série, caiu no colo de Greutert a chance de dirigir mais um filme de terror: "Jessabelle: O Passado Nunca Morre".

O filme conta a história de Jessabelle, uma jovem que retorna a sua cidade natal, Louisiana, após um acidente grave que matou seu noivo e a que deixou temporariamente incapacitada de andar, além de tê-la feito abortar. Ela vai morar com o pai, um autentico redneck, na antiga casa da família e lá descobre algumas fitas VHS que sua falecida mãe havia deixado para ela. Nestas fitas, sua mãe confessa seu amor incondicional à Jesabelle, além de revelar que é versada na arte do tarot. Quando descobre que Jessie (apelido pelo qual o pai chama Jessabelle) está assistindo as fitas nas quais sua mãe lhe faz previsões sobre o futuro através do tarot, seu pai, Leon, a proíbe de assistir tais gravações e até chega a tentar destruir algumas das fitas. Lógico que algo de errado, ou maligno, estaria por trás destas inocentes fitas de video home system.


Contar mais que isso seria dar spoilers desnecessários sobre "Jessabelle: O Passado Nunca Morre". Porém, pelo plot acima apresentado já dá pra sentir que o roteiro desse longa, que é assinado por Robert Ben Garant (ator e roteirista famoso por produções cômicas, como "Reno 911!: Miami") explora uma temática bem parecida com a de um outro filme de terror: "O Chamado", de 2002, cuja trama envolvia uma fita VHS que, quando assistida, fazia com que coisas aterrorizantes e mortais acontecessem. E "O Chamado" não é o único filme que é plagiado descaradamente por Ben Garant em seu roteiro. "A Chave Mestra", de 2005, também é "homenageado" nos acontecimentos posteriores aos que antecipei no segundo parágrafo. O final é, inclusive, o mesmo.

E o que dizer do título original do filme "Jessabelle". Menos de um ano depois de "Annabelle" é forçar a barra no melhor estilo anos 80. Não funciona mais.


A protagonista do filme é interpretada por Sarah Snook (que será Andrea Cunningham no filme "Steve Jobs" de Danny Boyle). Ela é muito bonitinha e até que se esforça para dar alguma dignidade ao papel, mas em meio a essa salada macabra de imitações, e principalmente, sem texto, fica difícil defender qualquer papel.

Previsível por conta dos plágios e inepto em assustar o expectador, "Jessabelle: O Passado Nunca Morre" falha como suspense e como terror. A impressão que fica é que se trata de um filme inclassificável, sem gênero. Se o Oscar (ou o Framboesa de Ouro) premiassem os melhores do ano na categoria Plágio, o novo filme de Kevin Greutert seria o vencedor desse ano, sem sombra de dúvida.



Marlo George assistiu, ou melhor... re-assistiu dois filmes, que achava ruins, em um só.