"O que as pessoas tem na cabeça para agirem do jeito que agem?"
Talvez todo mundo já tenha feito essa pergunta, pelo menos uma vez na vida.
E chegou a vez da Disney / Pixar respondê-la em grande estilo com a animação "Divertida Mente",
trazendo de volta o que sabem fazer: ótimas histórias com uma pitada de reflexão!
Pixar voltando a ser... Pixar!
É bem curioso vermos, em pleno século 21, uma animação desenvolver uma ideia que, a princípio, não teria atrativo algum às crianças.
Na trama, conhecemos o centro de controle que se localiza dentro da mente de Riley, uma garota de 11 anos, abriga cinco Emoções que trabalham arduamente, lideradas pela otimista Alegria, cuja missão é garantir que Riley esteja sempre feliz. Medo cuida da segurança, Raiva garante que sempre haja justiça e a Nojinho evita que Riley seja envenenada — física e socialmente. Tristeza não tem muita certeza sobre qual é o seu papel, e sinceramente, ninguém tem.
Quando a família de Riley se muda para uma nova cidade assustadora, as Emoções entram em ação, ansiosas para ajudá-la na difícil transição. Mas quando Alegria e Tristeza são levadas acidentalmente às profundezas da mente de Riley - levando com elas algumas de suas principais lembranças — Medo, Raiva e Nojinho assumem, relutantemente, o comando.
Daí, Alegria e Tristeza precisam se aventurar em lugares desconhecidos num esforço desesperado para retornar ao centro de controle.
É como se tivéssemos, ao longo da exibição, uma pequena aula sobre psicologia humana.
E, mesmo com esse tema tão diferente, ainda conseguiram realizar um dos longas MAIS ENGRAÇADOS da história da Disney / Pixar!
Diálogos politicamente INcorretos - a ponto de caçoar com a própria Disney! -, um roteiro muito bem amarrado e que explica TUDO - até a trilha sonora! - sem tratar o espectador de idiota (sim, estou olhando para você, "Vingadores: Era de Ultron", quando digo isso...) e uma ideia muito bem desenvolvida que só poderia ter saído da mente de Pete Docter (criador de "Monstros S.A.", dentre outros) fazem de "Divertida Mente" a ME-LHOR animação de 2015 e, de longe, favorito ao cobiçado Oscar.
Quando temos um longa de animação que nos mostra que a tristeza tem importancia intrínseca em nossas vidas - até mais do que a alegria -, podemos claramente afirmar que a Pixar está apostando no amadurecimento de seu público.
Quando um evento como esse ocorre - algo raro na já combalida indústria do entretenimento atual -, podemos chorar de alegria, enxugar as lágrimas e aplaudir. De pé, claro.
Obrigado, Pixar! Benvinda de volta!
P.S.: Aconteça o que acontecer, não percam o curta "Lava" que abre a exibição de "Divertida Mente"! Vale a pena chegar mais cedo na sala de exibição e presenciar essa pérola... E não percam também a hilariante cena durante os créditos finais de "Divertida Mente"! De chorar de tanto rir!
Kal J. Moon gostaria de... (Triple Dente tem / Muitas cores!)