A grande maioria das pessoas vão se perguntar quem diabos é o tal do Homem-Formiga. Mesmo que o personagem tenha fãs devotos, versões suas em desenhos animados e games, ele nunca foi o favorito de todos desde sempre - meio como um certo Homem de Ferro, até que o filme acabou trazendo luz a Tony Stark e o resto é história...


E é justamente esse erro que o filme desse tal de "Homem-Formiga" - estrelado por Paul Rudd, Evangeline Lilly, Michael Douglas, Michael Pena e grande elenco - vem remediar e fazer essa roda girar novamente.

Rindo contigo...
Difícil dizer como seria este filme se ainda estivesse sob o comando de Edgar Wright (do cult "Scott Pilgrim contra o Mundo").

Ok. A trama principal que ele ajudou a elaborar foi mantida - e também o mantiveram nos créditos como corroteirista e co-produtor. Mas vemos aqui que "menos é mais" por conta da direção sintética do substituto Peyton Reed (do correto "Sim, Senhor").

Nada é gratuito neste filme e vai direto ao assunto, sem firulas ou pretensões pseudo-artísticas. Reed preserva-se ao direito de contar a história como lhe mandaram, com aquela pitada de sarcasmo e bom humor que sempre cai bem numa matinê regada a pipoca e refrigerante.

Na trama, o grande ladrão Scott Lang (Paul Rudd) deve aceitar seu herói interior e ajudar seu mentor, o Dr. Hank Pym (Michael Douglas) - e sua filha Hope (Evangeline Lilly) - a proteger o segredo por trás de seu especular traje de Homem-Formiga de uma nova geração de grandes ameaças.  Enfrentando obstáculos que parecem insuperáveis, Pym e Lang precisam planejar e levar a cabo um roubo que salvará o mundo.


E o que temos? Comédia, ação, efeitos especiais, comédia, ação, uma pitada LEVE de romance, comédia, ação, um pouco (BEM pouco) de drama, comédia, ação... Eu já mencionei "comédia"?

O bom humor e a tiração de sarro com o roteiro que poderia parecer bem estapafúrdio em mãos nada  habilidosas, acabam sendo o grande trunfo de "Homem-Formiga". São muitas as piadas e, diferente do que se imagina, todas movem a história adiante e não zombam da inteligência do espectador em momento algum, como se estivéssemos entre amigos, rindo das próprias desventuras.

O filme zomba da própria Marvel, colocando uma das principais críticas a "Vingadores - Era de Ultron", na boca de um dos personagens - e mesmo quem gostou daquele filme, vai acabar concordando.

E falando em referências, "Homem-Formiga" fez o dever de casa e finca a bandeira, mostrando que o heroi já está "por aí" há mais tempo do que imaginamos - só não sabíamos pois ainda não haviam nos contado... Além da - hilária - participação de um dos Vingadores, ainda temos menções a outros personagens - herois e vilões - da Marvel, que darão o que especular!

Mesmo com todos os elogios e pontos positivos, "Homem-Formiga" tem um grave erro: o vilão. O plano de Darren Cross é básico e óbvio desde o primeiro fotograma em que o personagem aparece. E nem dá para criticar a atuação morna de Corey Stoll, intérprete do vilão, pois seu texto não o ajudou. E também não havia necessidade - mais uma vez - desse filme ter sido feito em 3D. Serve apenas para aumentar o valor - já alto - do ingresso.

Agradará a crianças e adultos, com seu climão de "Cinema em Casa", mas deixa margem para explorar um novo mundo que a Marvel traz, mais uma vez, à baila. Funciona!

P.S.: Apesar de obvia, a cena pós- crédito acrescenta mais um tijolinho neste panteão e mostra que já estava tudo planejado, desde o início...



Kal J. Moon é um vilão mas recusa-se a usar uma jaqueta... amarela!