O episódio duplo exibido ontem à noite no canal pago FOX Brasil é absurdo, sem nexo e de péssimo gosto. Dentre as decisões equivocadas tomadas pelos produtores da série, destaco as seguintes:
- Aprovar um roteiro (digno de uma história animada do Scooby-Doo) que é mais confuso do que enigmático;
- Personagens exagerados, com tinta forte e inconsistentes;
- Tema batido. Não aguento mais assistir tramas que envolvem jovens, retardados mentalmente, agrupados em fraternidades estudantis americanos. Isso já encheu o saco.
- Mau aproveitamento do elenco mais experiente.
Com piadas infantis, confundindo babaquice com sarcasmo, e traindo suas origens, "Scream Queens" está mais conectado com a franquia "Todo Mundo Em Pânico", que faz paródia com àquela que pretendia homenagear, "Pânico", de 1996.
A produção decidiu trazer para o elenco a galera de séries como "Glee", "Jonas", "Rebelde", entre outras, que fizeram a cabeça de parte do público que hoje está com seus 20 e poucos anos. Seria um acerto se houvesse um roteiro decente para seguirem. Mas isso não acontece e a impressão que tive, em especial nas cenas no interior da Casa Kappa, era a de que as atrizes estavam perdidas. Marcações de cena desleixadas e takes enormes macularam a direção de Murphy e Brad Falchuk, que foram os responsáveis pelos dois episódios apresentados. Se não fosse a performance das veteranas Jaime Lee Curtis e Niecy Nash (uma das indicadas ao Emmy 2015), talvez não restasse nada de positivo em "Scream Queens".
Enfim, "Scream Queens" soa ingênua demais para o gênero a que se propôs fazer parte e falha como uma releitura dos filmes de horror dos anos 80/90.
Marlo George assistiu, escreveu e está gritando, até agora, de raiva por ter presenciado tal tragédia...