Após ser premiado no Festival de Tókio do ano passado, estava muito afim de assistir o tão comentado filme baseado no livro de Arielle Holmes. Como sempre, a expectativa é a mãe da decepção.

Como um retrato paupérrimo e sem inspiração da juventude junk de Nova York, "Amor, Drogas e Nova York" é um filme que, creio eu, usa a alcunha indie como desculpa para apresentar uma trama sem pé nem cabeça. A história gira em torno de uma garota sem-teto e viciada em heroína perambulando pela Big Apple nos dias de hoje.

E é só isso.

O filme não choca, não cria polêmica alguma, não levanta nenhuma questão, não tem texto, não tem nada. Nem mesmo charme, comum em filmes relacionados ao tema, esse filme tem.

Faltou provocação, faltou mexer com o público.

A atriz principal, que inclusive escreveu o livro no qual o filme é baseado, é insossa e o elenco de apoio amador ao ponto de não conseguir convencer no papel de pessoas drogadas e sem noção.

Além do mais, o filme é tão precário, que até mesmo a edição foi prejudicada, já que dá pra ver nitidamente que ficou faltando a aplicação de alguns filtros na imagem, tamanho o descomprometimento da equipe técnica.

Finalizando, marcado mais pela irresponsabilidade do que pelo amadorismo (que nem sempre é um ponto negativo), "Amor, Drogas e Nova York" não te oferece nada.

Eles deviam ter pedido desculpas assim que começaram a subir os créditos.



Marlo George assistiu, escreveu e ficou com saudades do tempo que assistia filmes como Kids, de Larry Clark.