Uma dentre todas as coisas que são penosas para um ser humano, mais do que encarar a verdade, é compreender o lado do outro. A falta de compreensão é a responsável principal pela maior parte de nossas injustiças e agruras.

Tudo Vai Ficar Bem, novo filme do diretor indicado ao Oscar Wim Wenders, trata justamente do assunto. No longa, conhecemos a trajetória do escritor Tomas Eldan (James Franco), do anonimato à fama, que é marcado por um relacionamento complicado com sua namorada Sara (Rachel McAdams) e uma tragédia. Eldan matou em um acidente de carro o filho mais novo de Kate (Charlotte Gainsbourg), fato que marcou também Christopher (vivido pelos atores Jack Fulton e Robert Naylor), irmão mais velho do menino morto.

A vida de todas as personagens acaba sendo afetada por este acidente e o filme se passa em um ambiente carregado por tristeza, desilusão, obsessão e ódio, mas que por uma força redentora, é concluído de maneira surpreendente.

O roteiro de Bjørn Olaf Johannessen é interessante, em especial na parte que trata do relacionamento entre Tomas e Kate, mas o ritmo do longa é lento e o desenvolvimento enfadonho, tornando Tudo Vai Ficar Bem em mais um filme promissor que por não cumprir a função de entreter o espectador, acaba falhando como produto final.


James Franco está muito bem no filme, sendo este um de seus melhores trabalhos, mas não encontrou química com Gainsbourg, que está péssima no longa. É flagrante a falta de interesse da atriz em seu papel, o que afetou o desenvolvimento do núcleo principal do filme. Uma pena, pois Gainsbourg tem pedigree e é uma atriz acima da média. A indicada ao Oscar Rachel McAdams aparece pouco, mas brilha muito sempre que está em cena.

As locações externas do filme são muito bonitas e, aliadas à boa fotografia, garante cenas muito agradáveis, mas no geral, o filme desagrada.



Marlo George assistiu, escreveu e temeu o olhar de James no final do filme. Que troço esquisito...