Adrien Brody, vencedor do Oscar por O Pianista, é um dos atores mais prolíficos do cinema e da TV, tendo trabalhado, somente em 2015, em sete produções. É requisitado por ser muito técnico e demonstrar, sempre, comprometimento com as produções de que participa.
O mesmo ocorre em
Visões do Passado.
Dentre os poucos pontos positivos do segundo longa cinematográfico de
Michael Petroni, mais conhecido como roteirista de filmes ruins (como
A Rainha dos Condenados,
As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada e
O Ritual) do que como diretor, está o trabalho de Brody, em especial quando divide a cena com
Sam Neill. Dedicado, Brody dá uma aula de monólogo, uma vez que sua presença domina praticamente 80 porcento do filme. Seu personagem, o psicólogo Peter Bower, vem sofrendo com alucinações e tem uma tendência introspectiva, o que proporcionou takes longos nos quais podemos apreciar a expertise do ator protagonista.
Ocorre que, toda a dedicação e comprometimento de Brody são irrelevantes para salvar um filme, quando este é concluído de forma tão apressada, clichê e obtusa. O primeiro ato me prendeu por apresentar as personagens do jeito que eu gosto, enquanto a trama se desenrola. O segundo ato tem o clima de suspense que poderia proporcionar um final emblemático, magnífico, no melhor estilo de
M. Night Shyamalan (nos bons tempos de seus primeiros filmes, não ultimamente). Mas o terceiro ato fecha tudo da maneira mais curriqueira possível, como um filme de terror qualquer, sem o charme e a beleza que merecia.
Não bastasse o roteiro que falha na conclusão do longa, os efeitos especiais e visuais são muito ruins. Como Visões do Passado tem um tema mais sério, aqueles efeitos de filme B não se justificam.
Uma pena, tinha tudo para ser um filmaço.
Marlo George assistiu, escreveu e tem fantasmas na sua cola também.