O que acontece quando temos um vilão ancestral, um líder que acredita na paz, uma equipe de seres super poderosos e destruição em massa a caminho?

A resposta mais próxima é a trama básica de "X-Men - Apocalipse", novo filme de Bryan Singer a frente dos mutantes baseados nos quadrinhos da Marvel Comics.

O Samba dos Mutantes Doidos


"Blade - O Caçador de Vampiros" iniciou, em 1998, o que, hoje, já pode ser considerado um subgênero cinematográfico: filmes de super-heróis. Foi seguido de perto por "X-Men - O Filme", dirigido, vejam só, por Bryan Singer.

Com o enorme sucesso e farta bilheteria, o que era apenas o sonho de poucos - "imagine se tivesse o filme do personagem fulano de tal?" - tornou-se uma constante em Hollywood. Desconhecidos alçando o posto de astros e estrelas, cachês milionários e - gostemos ou não - o resto faz parte da História.

Chegamos em 2016 com diversos filmes de super-heróis disputando o título de melhor do ano. E com "X-Men - Apocalipse" não poderia ser diferente.


A trama conta que desde o início da civilização, ele era adorado como um deus. Apocalipse (Oscar Isaac), o primeiro e mais poderoso mutante, acumulou os poderes de muitos outros mutantes, tornando-se imortal e invencível. Ao acordar depois de milhares de anos, ele está desiludido com o mundo em que se encontra e recruta uma equipe de mutantes poderosos, incluindo um Magneto desanimado (Michael Fassbender), para purificar a humanidade e criar uma nova ordem mundial, sobre a qual ele reinará. Como o destino da Terra está na balança, Mística (Jennifer Lawrence), com a ajuda do Professor Xavier (James McAvoy) deve levar uma equipe de jovens X-Men para parar o seu maior inimigo e salvar a humanidade da destruição completa.

E com filmes do gênero que dividem opiniões ou são unanimidades absolutas, estamos diante de um exemplar que deixa o espectador completamente indiferente durante sua exibição.
Isso já demonstra o cansaço inerente ao gênero e até a própria indústria. Já foram contadas todas as histórias possíveis sobre esse tipo de personagens ou a preguiça abateu os responsáveis, que resolveram entregar mais do mesmo a cada vez que vamos ao cinema? É pra se pensar...

Temos efeitos especiais de última geração? Sim, muitos. E vemos que boa parte do orçamento foi gasta com isso.  Mas falta o principal: personagens cativantes e uma história que tenha nexo para que desperte um mínimo de interesse.

"X-Men - Apocalipse" peca em mostrar o grandioso mas esquece de falar do corriqueiro. O mundo vai acabar? O que a população tem a dizer? Como estão se protegendo? Sabemos que os heróis estão enfrentando o vilão num esforço hercúleo mas eles não podem estar em todos os lugares ao mesmo tempo. O cataclisma só atinge determinadas cidades? O resto do planeta está protegido?

Um roteiro simplório que pode agradar crianças e pré-adolescentes menos exigentes, cujo destaque é o pouco desenvolvimento humanístico de personagens como Magneto (Michael Fassbender) e Mercúrio (Evan Peters) mas que não se esmera em dar profundidade dramática a mais nenhum dos outros personagens restantes, como se não houvesse tempo para tal tarefa...

Mas vá ao cinema, assista e tire suas próprias conclusões. Afinal de contas, sua opinião é a que sempre deve ser levada em conta quando o assunto é diversão, ok?


Kal J. Moon saiu do cinema e gritou: "Chega de mutantes!!!"