O Avenged Sevenfold surpreendeu o mundo do rock ao lançar o álbum "The Stage" no dia 28 de outubro de 2016. Mesmo para uma banda grande como é o Avenged Sevenfold, que até mesmo tocou após o Slayer no Rock in Rio em 2013, é uma grande ousadia lançar um disco em uma data não anunciada, já que isso pode fazer com que o mesmo não chegue aos primeiros lugares nas paradas.

Com o lançamento do single "The Stage" devo admitir que fiquei entusiasmado. A banda pareceu elevar o nível, que já não era baixo após "Hail to the King", e mostrar um certo amadurecimento, com uma música muito mais consistente do que o restante do trabalho da banda. A composição era, sem dúvida, uma das melhores da banda, atrás somente de "So Far Away", que é dedicada ao falecido baterista da banda, The Rev.

"Creating God", "Roman Sky" e "Simulation", são outras composições que se destacam nesse álbum.

"The Stage" é, até agora, o melhor disco da banda

O novo disco traz canções com mais peso do que os discos mais antigos da banda, como o "City of Evil" e "Waking the Fallen", contudo eu sinto que a banda ainda não está no nível que deveria nesse quesito, um pouco mais de peso e ficaria perfeito. Os riffs melhoraram bastante, sendo superiores aos maçantes de "Unholy Confessions" e "Afterlife". "Hail to the King" já tinha mostrado uma mudança de estilo, que mostra-se concretizada em "The Stage", que apesar de facilmente ser reconhecido como um álbum do A7X, difere muito de tudo feito antes de "Nightmare".

Esse é o álbum mais longo da banda e que também contém a canção mais longa feita pelo grupo. "Exist" é a música final e conta com mais de 15 minutos. Todo o discurso da canção, ainda mais a parte narrada por Neil deGrasse Tyson, é muito bacana e traz uma mensagem importante, tornando-a a melhor música do álbum. Outra canção que merece uma citação é "Fermi Paradox", que possui uma introdução incrível.

Os músicos do Avenged Sevenfold são muito bons e consistentes ao longo do álbum inteiro. As guitarras de Zacky Vengeance e Synyster Gates se complementam bem, mas isso já era de se esperar de uma dupla de guitarristas que tocam há mais de 15 anos juntos. Vale lembrar que os solos também são muito bons. O baixo de Johnny Christ e a bateria de Brooks Wackerman são de alto nível. O vocal de M. Shadows sempre me incomodou, não acho que combine muito com a banda, além de também ser um pouco irritante, se encaixando bem em poucas músicas. O CD também conta com várias participações especiais que fazem bem seu papel.

Talvez um dos problemas de "The Stage" seja a falta de criatividade das músicas. Todas elas, apesar de consistentes e, em sua maioria, boas, seguem uma mesma linha, como que uma "sequência do sucesso". Isso só é excluído na música que dá o nome ao álbum e em "Exist", que são as mais diferentes.

O Avenged Sevenfold mostrou mais uma vez um amadurecimento em relação aos seus primeiros álbuns. Apesar de alguns problemas, "The Stage" é, até agora, o melhor disco da banda.


Andreas Cesar ouviu, criticou e se impressionou com a melhora da capacidade de composição da banda. Realmente impressionante...