Demorou um tempo, mas em 2004, eu fui fisgado pelo fenômeno literário Harry Potter. Desde o dia em que visitei pela primeira vez a Rua dos Alfeneiros, me tornei um seguidor do "Menino que Sobreviveu". Com ele passei pelo Beco Diagonal e pela obscura Travessa do Tranco. Também frequentei o bairro boêmio de Hogsmeade e, é claro, o encantado Castelo de Hogwarts. Caminhei ao lado de Harry até o fim, em 2007. Faminto por mais informações fui além do cânone bruxo e li todos os demais livros relacionados à série, assisti todos os filmes e até curti as músicas compostas pelas bandas de Wrock (estilo musical criado por fãs, cujas letras das canções são baseadas no universo dos livros de Harry Potter).
Curto o Universo Bruxo criado pela escritora britânica J.K. Rowling.
Assim sendo, seria muito fácil ser "pescado" novamente pela nova franquia baseada no livreco Animais Fantásticos e Onde Habitam. Só que não rolou. Infelizmente, o filme que inaugura esta nova série de longas bruxos é equivocado e pouquíssimo atraente, mesmo para mim, um velho fã do universo fantástico de JKR.
Cheio de maneirismos e trejeitos que já o vimos fazer em filmes como O Destino de Jupiter e A Garota Dinamarquesa, Redmayne já não vem convencendo como alguém que tem uma estatueta da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Ele é o principal responsável pela "tragédia". O restante do elenco é competente e seguiu o guião. Colin Farrell, que vem apresentando bons trabalhos nos últimos anos, chama atenção como o auror Percival Graves. Poderia ter sido melhor aproveitado, inclusive em filmes vindouros.
Ron Perlman encarna um duende, metido a Robert DeNiro, que ficou hilário. Pouco tempo de tela e já se firma como um dos personagens memoráveis deste filme esquecível. O mesmo pode ser dito de Ezra Miller e seu patético Credence.
A norte-americana Alison Sudol interpreta a sexy Queenie Goldstein sem exageros. Conduziu seu trabalho com habilidade e escapou ilesa de caricaturas desnecessárias.
Deixando de lado o fato de Redmayne ter exagerado na tinta, novamente, os demais atores fizeram o dever de casa. Mas, para infelicidade do diretor David Yates, não há elenco no mundo que possa salvar um script ruim.
Como se não bastasse, a previsível mão-frouxa do diretor David Yates no que diz respeito aos efeitos especiais (ele é muito fraco neste quesito) e a inesperada (e alardeada na internet) participação de Johnny Depp são a cereja podre que confeitam esta torta amarga, ruim de engolir.
Um dos poucos pontos positivos é a trilha sonora de James Newton Howard, que conversa com a clássica da série e ainda traz elementos de jazz que casa com a época em que o filme se passa, os anos 20 do século 20.
Repleto de erros, tropeços e boas sacadas mal desenvolvidas, infelizmente não dá pra defender Animais Fantásticos e Onde Habitam. Nem mesmo sendo fã da Saga Potter.
Que venham os próximos quatro filmes programados.