Chris Pratt está, novamente, em uma galáxia muito distante, em Passageiros, aventura espacial e romântica do diretor Morten Tyldum. Ao lado de Jennifer Lawrence, que está mais sensual do que nunca, o ex-gordinho e atual galã dos filmes de ação protagoniza mais um longa voltado ao grande público.

Porém, ao contrário do inesperadamente bem-sucedido Guardiões da Galáxia, Passageiros se atrapalhou com o tema, que mistura sci-fi com romance à la Nicholas Sparks. O roteiro de Jon Spaihts, responsável pelas linhas de Prometheus e Doutor Estranho, é bem piegas e recheado de clichês. Apesar de ser um filme curto para os padrões atuais, com pouco menos de duas horas, Passageiro é arrastado e cansativo. Existem até alguns momentos de tensão e adrenalina, mas o resultado final não empolga.

O filme conta a história de um acidente espacial envolvendo uma nave que partiu da Terra, com cerca de 300 tripulantes e 5.000 passageiros em estado de animação suspensa, para uma viagem com duração de 120 anos. O resultado: Uma avaria nas câmaras hiperbáricas desperta um destes passageiros 90 anos antes da viagem ser concluída. Contar mais que isso é dar spoiler e isso eu não costumo fazer.

A trama é bem simples e apresenta um dilema ético que permeia o romance do casal protagonista, mas esta é muito mal desenvolvida, assim como as personagens também o são.


Outro problema sério deste filme foi o inconveniente não lançamento do mesmo na época prevista. A produção de Passageiros estava programada para começar em 2007, mas a mesma atrasou tanto que o filme só terminou de ser gravado, pasmem, em outubro de 2016, quando foram feitas refilmagens para consertar alguns problemas na trama. Se tivesse sido lançado antes de hits como Gravidade de 2013 e Perdido em Marte de 2015, poderia não ter soado, tanto, como café requentado.

Os efeitos visuais não são inovadores e tudo que é mostrado na telona me pareceu familiar. A trilha sonora segue o mesmo caminho, não saindo do lugar comum e o filme, como um todo, parece datado. A própria escalação de Chris Pratt como Jim Preston, o mecânico que desperta na nave após o aludido acidente, é errada. Ele já está em uma franquia notável, o Universo Cinematográfico Marvel, num arco galáctico e colocá-lo à bordo novamente parece, na melhor das hipóteses, oportunismo.

Pratt e Lawrence. Casal sem sal. Faltou química

J-Law está linda de morrer, sexy como já disse, mas longe de sua melhor performance. Mas não era pra menos, afinal, a mesma relatou, em entrevistas recentes, que não estava à vontade para fazer as cenas de sexo que rolam no filme, pelo fato de Chris Pratt ser casado na vida real (com, a atriz Anna Farris, do seriado Mom). Chegou a dizer que, como último recurso para se acalmar, que chegou a ficar "altinha", bebendo, para realizar as sequências picantes de Passageiros.

Talvez tenha sido por isso que o filme não é lá tão... excitante.

Lawrence Fishburne e Michael Sheen estão bem como o tripulante Gus Mancuso e o robô Arthur, respectivamente. Já Andy Garcia tem o mínimo do mínimo de tempo de tela e nenhuma linha. Ficou até engraçado.

Passageiros pode funcionar pra quem gosta de romance, mas se o seu barato, como eu, é sci-fi, passe longe, pois não convence.



Marlo George assistiu, escreveu e achou que o filme durou 120 anos de tão arrastado e não menos de 120 minutos.