Aliados tem essa premissa nada inovadora e um roteiro arrastado, escrito por Steven Knight, do ótimo Senhores do Crime, de 2007. Com duas horas de duração, o longa só engata no terceiro ato e é prejudicado pelo trailer, que entrega um dos segredos do filme. Portanto, se tiver interesse em assisti-lo, passe longe do trailer.
Brad Pitt interpreta Vatan. O personagem é introspectivo demais e isso o torna insosso, antipático. Pitt não está bem no filme, trabalhando no modo automático e só esboça interpretação quando a cena exige um esforço dramático maior. É, sem dúvida, um de seus piores desempenhos.
Por outro lado, Marion Cottilard é uma atriz incrível, capaz de convencer até mesmo em um papel multifacetado como o que encarou neste filme.
Com muitos problemas, especialmente narrativos, Aliados é um filme péssimo de um diretor cultuado por filmes antigos e que desde de 2000, com Náufrago, vem apostando em equívocos como o horroroso O Expresso Polar (2004) e O Voo (2012). O elencamento de August Diehl também foi um erro. O ator viveu um nazista marcante em Bastardos Inglórios, filme estrelado por Brad Pitt, e sua presença neste longa me causou certo constrangimento alheio. Assim como no filme de Quentin Tarantino, sua personagem propõe um jogo de cartas e isso pegou mal. Já atriz Lizzy Caplan, que goza de minha simpatia, foi mal aproveitada.
Pra não dizer que não falei das flores, Aliados tem uma cena romântica no deserto muito bonita e bem produzida, mas nem isso e nem a Marion salvam o filme.