"Gabriel e a Montanha", único longa-metragem brasileiro selecionado para o Festival de Cannes de 2017, estreou em 21/05, durante a programação da 'Semana da Crítica', prestigiada mostra paralela do festival. O filme dirigido por Fellipe Barbosa emocionou o público, que aplaudiu a obra no Espace Miramar, em Cannes.

A produção - que recria a viagem do carioca Gabriel Buchmann pela África - é da TvZERO, Gamarosa Filmes & Damned Films. Fátima Buchmann - mãe de Gabriel - assistiu pela primeira vez ao longa. Emocionada, ela foi a primeira a abraçar o diretor após o fim da exibição nesta manhã. Nina Buchmann - irmã de Gabriel -, João Pedro Zappa - que interpreta o protagonista -, o ator Leonard Siampala e Rodrigo Letier - produtor-executivo da TvZERO - também estiveram presentes na sessão.
O diretor Fellipe Barbosa e o ator João Pedro Zappa, em Cannes
(Divulgação)
Formado em economia, Gabriel Buchmann viajou para a África com o objetivo de analisar de perto a pobreza e se qualificar para um doutorado na UCLA, nos Estados Unidos. No filme, a história real tem roteiro baseado em anotações, e-mails de Gabriel para a mãe e a namorada e entrevistas com pessoas que cruzaram seu caminho na África. Gabriel morreu, em 2009, de hipotermia após decidir subir o Monte Mulanje, pico mais alto do Malawi com mais de três mil metros de altitude, sem a companhia de um guia. Seu corpo foi encontrado dias depois na subida da montanha.

O significado de uma viagem só pode ser definido após o retorno. Gabriel não teve a oportunidade de retornar. Minha motivação para fazer esse filme foi descobrir o significado da viagem que ficou perdido e compartilhá-lo, que é exatamente o que o Gabriel teria feito”, explica Fellipe Barbosa.

Na viagem, Gabriel Buchmann também passou por países como Quênia e Tanzânia, sempre preocupado em conhecer as particularidades das comunidades locais, como a tribo dos Massais. Ele gastava entre dois e três dólares por dia e chegou a ajudar amigos que fez nessas regiões, pagando o aluguel mensal da casa de uma família africana com somente 12 dólares.

Ao longo da viagem, Gabriel (Zappa), se aventura por outras subidas difíceis, como o Kilimanjaro, ponto mais alto do continente africano. Ele também recebe a visita de sua namorada, Cris (Caroline Abras), que estava na África do Sul participando de um seminário sobre políticas públicas e, juntos, viajaram pela Tanzânia e Zâmbia. O principal objetivo do pesquisador era avaliar a miséria de perto.

Este é o segundo longa-metragem de ficção dirigido por Fellipe Barbosa, que esteve à frente do elogiado “Casa Grande” (2014), ganhador do prêmio do público no Festival do Rio. Na competição de longas-metragens, a Semana da Crítica do Festival de Cannes tem a tradição de selecionar cineastas com seus primeiros ou segundos longas.

Fonte: TvZERO (via press-release)