Cartaz oficial (Divulgação) |
“Meu interesse pela história começou ao ler um e-mail que Gabriel enviou para sua família e amigos da Uganda, descrevendo sua primeira semana na África. Reconheci a felicidade descrita por Gabriel e sua vontade de ficar lá, talvez para sempre. Eu estivera na Uganda dois anos antes e, como Gabriel, não queria voltar”, explica Barbosa. “Fazer esse filme foi uma maneira de reencontrar o Gabriel. Senti também que era uma oportunidade de fazer uma cartografia humana dessa região do mundo tão distante, porém tão próxima de nós. O retrato de uma África humana e hospitaleira, longe dos estereótipos”.
Gabriel Buchmann viajou para a África com o objetivo de analisar de perto a pobreza e se preparar para um doutorado em políticas públicas na Universidade da Califórnia. O carioca morreu de hipotermia, em 2009, após decidir subir o Monte Mulanje, pico mais alto do Maláui, com mais de três mil metros de altitude, sem a companhia de um guia. Seu corpo foi encontrado 19 dias depois na subida da montanha. O longa tem roteiro baseado em anotações, e-mails de Gabriel para a mãe e a namorada e entrevistas com pessoas que cruzaram seu caminho na África.
Ao longo da viagem, Gabriel aventura-se por outras subidas difíceis, como o Kilimanjaro, ponto mais alto do continente africano. Ele também recebe a visita de sua namorada, Cris (Caroline Abras), que estava na África do Sul participando de um seminário sobre economia.
A imprensa francesa foi bastante elogiosa ao filme “Gabriel e a Montanha” após a estreia por lá. O tradicional Le Monde entendeu que “o grande mérito de Fellipe Barbosa é de saber aliar a compreensão intelectual ao gesto de compaixão por seu amigo falecido que o filme encarna”. A revista Positif avaliou que o longa-metragem “se distingue pela inteligência do seu roteiro”, enquanto o L’Express reforçou que “Barbosa reconstitui magistralmente uma viagem emocionante rumo à morte”. Trata-se de “uma homenagem perturbadora e sincera ao amigo desaparecido”, nas palavras do Cahiers du Cinéma. Já a revista Les Inrockuptibles escreveu que “a imagem do jovem homem cujo corpo se confunde pouco a pouco com a natureza é de uma incrível poesia”.
Fonte: TvZERO (via press-release)