Em entrevista ao podcast Nerdist, o diretor de Pulp Fiction, Quentin Tarantino, revelou o que faria se fosse o encarregado a dirigir um remake de Star Trek, franquia fundamental do universo geek, também conhecida pelo seu título brasileiro, "Jornada nas Estrelas". Ele inclusive disse que é mais fã da saga Trekkie do que daquela que se passa em uma galáxia muito, muito distante:

“Eu sou muito mais ligado em Star Trek do que em Star Wars,” disse Tarantino, que não poupou críticas aos filmes recentes da franquia. Segundo o diretor, os três filmes recentes da franquia, Star Trek (2009), Além da Escuridão: Star Trek (2013) e Star Trek: Sem Fronteiras (2016), cometeram o erro de definir funções, dentro de suas tramas, para todos os membros da tripulação principal da Enterprise, Kirk, Spock, McCoy, Uhura, Scotty, Sulu e Chekov. Isso, para Tarantino, difere demais da série original, dos anos 60.

Isso é bem verdade, além de Kirk, Spock e McCoy, tinham bastante destaque. William Shatner, Leonard Nimoy e, à partir da segunda temporada, DeForest Kelley, que interpretavam, respectivamente, essas personagens, tinham funções nas tramas dos episódios, da série sessentista, pois formavam um trio coeso e que tinha uma química extraordinária. As demais personagens, Uhura, Sulu, Scotty e Chekov, apesar de terem episódios em que assumem um certo protagonismo, praticamente revesavam-se nas temporadas. Para Tarantino a falta desse "protagonismo" dos coadjuvantes é um dos maiores problemas da Era Kelvin, como a trilogia é conhecida pelos fãs.

Tarantino prosseguiu dizendo que seria legal se cada filme contasse uma história na qual essas personagens fossem mais exploradas. Seria isso que ele faria, caso assumisse a direção de uma adaptação do clássico de Gene Roddenberry:

“Alguns destes episódios são fantásticos, e o único problema da série dos anos 60 era o orçamento baixo e a agenda curta, que exigia que os episódios fossem filmados em 8 dias. Mesmo assim eles fizeram um trabalho magnífico — você poderia pegar alguns desses episódios e apenas expandí-los para 90 minutos de duração, ou pouco mais, e fazer algo fantástico.”

Ele citou os clássicos "The City on the Edge of Forever" da série original e "Yesterday's Enterprise", de Star Trek: A Nova Geração". Agora, após todas essas dicas, dá pra imaginar um filme Trekkie do Tarantino. Ora, ele já transitou por muitos gêneros nerds como ação, supers (sim, a Noiva é uma super-heroína), faroeste, drama histórico, animes, entre outros. Por que não um sci-fi à moda antiga, indo audaciosamente onde ninguém jamais esteve?

"The City on the Edge of Forever" seria fonte perfeita para tal empreitada. Se passa nos anos 20, tem viagem no tempo e uma mensagem forte. É um dos clássicos episódios da 1ª temporada, um dos meus preferidos. Ficaria, certamente, um filmaço na mão do Tarantino.

Vale lembrar que Star Trek está retornando em Star Trek: Discovery, série da Netflix que começará a ser exibida em 24 de setembro.

Fonte: CB.