A qualidade do texto dos dois primeiros episódios de Raio Negro ofuscam as péssimas cenas de ação e o figurino horroroso da personagem. Os diálogos são tão espertos que toda a estranheza causada pela equipe de dublês e pelo uniforme reluzentemente equivocado são facilmente deixados de lado, e o que fica é uma vontade imensa de saber o que os roteiristas estão preparando para o restante da temporada.
Outro ponto alto é a trilha sonora irada, acompanhada por canções clássicas da black music. Criam o ambiente ideal para a história que está sendo contada e ainda apresenta para novas audiências astros como Billy Paul, por exemplo.
James "Rayden" Remar e Cress "Raio Negro" Williams |
O elenco conta com atores desconhecidos, tanto que o único rosto conhecido (por mim, pelo menos) era o do ator James Remar, que interpretou Rayden em Mortal Kombat - A Aniquilação, de 1997. Não sei se levaram isso em consideração ou não, mas ter Rayden como parceiro do Raio Negro é, no mínimo, interessante de se ver. Ainda mais quando sabemos que o primeiro skin do Rayden, no game Injustice 2, é justamente o Raio Negro.
O Raio Negro em pessoa, Cress Williams, é o ator perfeito para o papel. Como Jefferson Pierce, passa a segurança e a moral que um diretor bad-ass de escola de periferia tem de ter. Como seu alter-ego, tem a postura e envergadura de um super-herói. Soa como uma mistura de Sidney Poitier, em Ao Mestre Com Carinho, com o Mr. T.
O restante do elenco dá conta do recado, com destaques para Marvin 'Krondon' Jones III e William Catlett, que interpretam os vilões Tobias Whale e Lala, respectivamente.
Tomara que a série mantenha o ritmo e se firme como mais uma das bem sucedidas adaptações da Berlanti Productions, que já nos presenteou com Arrow, The Flash, Vixen, Supergirl e D.C.´s Legends of Tomorrow.
Já estou esperando o crossover.
Marlo George assistiu, escreveu e vive perguntando: "Am I black enough for you?"