Pela primeira vez, a vida e obra do poeta piauiense Torquato Neto ganha as telas dos cinemas no documentário "Torquato Neto - Todas As Horas do Fim", dirigido por Eduardo Ades e Marcus Fernando, que estreia em 08/03/2018, pelo projeto Sessão Vitrine Petrobras. Um dos pensadores e letristas mais ativos da Tropicália, Torquato Neto atuou em diversas frentes, deixando sua marca inventiva na poesia, na música, no cinema, no jornalismo e na produção cultural.

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Cartaz oficial (Divulgação)
"A ideia do filme é jogar uma luz sobre a vida e a obra desse personagem tão importante - e ao mesmo tempo ainda tão obscuro - da cultura brasileira", diz Marcus Fernando, um dos diretores. "Torquato Neto é um personagem imenso e se revelou um desafio gigantesco para a montagem do filme. A gente percebeu que só daria conta de trazer a verdade dele se o colocasse em primeiro plano mesmo, como protagonista do filme. E assim evitando que o filme se tornasse frio e o Torquato, apenas um assunto. Pra isso, selecionamos dezenas de textos e músicas dele - era preciso que ele falasse em todas as sequências, sobre todos os assuntos que abordamos", completa Eduardo Ades, também diretor do documentário .

Torquato começou na música na década de 1960, compondo em parceria com Edu Lobo, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Na mesma época, aderiu ao movimento Tropicália, sendo responsável por algumas das mais importantes músicas do período como "Geléia Geral" e "Marginália II" (ambas em parceria com Gilberto Gil) e "Mamãe, Coragem" (em parceria com Caetano Veloso). Com o fim do movimento, foi passar uma temporada na Europa. De volta para o Brasil no início dos anos 1970, atua como o personagem-título de "Nosferato no Brasil", de Ivan Cardoso.  Em seguida, roda em Teresina seu primeiro filme, "O Terror da Vermelha". Na madrugada de 10/11/1972, após seu aniversário de 28 anos, suicida-se em seu apartamento, no Rio de Janeiro.

Ao todo, 26 textos da autoria de Torquato Neto foram selecionados para contar a sua história. Poemas, colunas de jornal, cartas para amigos e parentes, e trechos de diários são interpretados pelo ator Jesuíta Barbosa, que dá voz ao poeta. Além dos textos, o documentário conta ainda com uma entrevista em áudio do poeta, depoimentos de amigos e parceiros, como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Tom Zé, e 19 músicas de Torquato interpretadas por nomes como Elis Regina, Edu Lobo, Gil e Caetano, incluindo seus maiores sucessos, "Pra dizer adeus", "Geleia Geral", "Mamãe, coragem" e "Let´s play that".

Para construir o visual do filme e reconstruir o contexto da época, a produção utiliza mais de 200 fotos, maior parte delas do Arquivo Torquato Neto, e trechos de 40 filmes, maioria deles do Cinema Novo e do Cinema Marginal. Cidades por onde Torquato passou, como Teresina, RJ, São Paulo, Paris e Londres, também foram registradas em Super-8.

O filme teve lançamento no Festival do Rio 2017, já passou por 15 festivais e mostras em oito estados com uma recepção calorosa e recebeu nove prêmios. "Estamos descobrindo que Torquato tem uma pequena legião de fãs ardorosos por todo o país, gente que conhece tudo que ele fez e vai atrás de ver o filme. E também um público muito grande que quer saber mais sobre quem foi essa misteriosa figura, que participou de tantos movimentos importantes e acabou se matando", diz Ades.

"Torquato Neto - Todas As Horas do Fim" é o primeiro longa do produtor e pesquisador musical Marcus Fernando e o segundo filme do diretor Eduardo Ades. O filme é uma produção da Imagem-Tempo, distribuído pelo Projeto Sessão Vitrine Petrobras, com patrocínio da Riofilme e da Secretaria de Cultura do Estado do Piauí, e coprodução do Canal Brasil.

Fonte: Projeto Sessão Vitrine Petrobras (via press-release)