Obviedade sem limites
O cinema, a TV e a literatura já exploraram ad nauseum o tema dos "irmãos inimigos": Caim e Abel, Baby Jane e Blanche Hudson (em "O que aconteceu a Baby Jane?" com as imortais Bette Davis e Joan Crawford), além dos recentes Jimmy e Charles McGill (do seriado "Better Call Saul", prequel / spin-off de "Breaking Bad"). Em comum, a fraterna rivalidade dos personagens principais com suas idiocrasias e diferenças. E é nesse conhecido terreno que Jérémie Renier e Yannick Renier constroen a história de seu primeiro filme.
Na trama, Sam (Zita Hanrot), atriz reconhecida profissionalmente, casada e mãe de um menino, não consegue dar conta de sua própria vida. Ela recebe em sua casa a irmã mais velha, Mona (Leila Bekhti), que também é atriz, mas não teve sucesso na carreira e está sem trabalho e sem dinheiro. Aos poucos, uma ambiciona a vida da outra e essas diferenças se acentuam, acabando por interferir na vida de ambas.
Até mesmo o plot twist próximo do final - que é bem questionável - perde o impacto perante o esticamento da trama em si, mostrando, por vias tortuosas, o que ocorrerá, sem nenhuma sombra de dúvida. Isso sem contar na insinuação de que as personagens tinham algum tipo de afeição amorosa que ia além do afeto que se sente por alguém da mesma família, sem nem explicar de onde se vem tal sentimento.

De positivo mesmo, somente a crítica afiada contra a criação de atores e atrizes mimadas a ponto de não conseguirem desenvolver o básico (atuar?) frente a suas frescuras ou nem detrimento de problemas de suas vidas pessoais sendo levados ao local de trabalho. Não vemos isso todo dia num filme...
Kal J. Moon continua achando que a dance music produzida na França é uma "belle merde"...