“A Sombra do Pai” - escrito e dirigido por Gabriela Amaral Almeida (de 'O Animal Cordial') - terá sessão especial seguida de debate, em 02/05/2019 (quinta-feira), às 19h30, no Estação NET Rio (localizado na Rua Voluntários da Pátria, 35 - Botafogo/RJ). Participarão do bate-papo a cineasta, o ator Julio Machado - protagonista do filme - e o produtor Rodrigo Sarti. Os ingressos estão à venda na bilheteria do cinema ou pelo site oficial de vendas do evento.
Gabriela Amaral Almeida trabalha neste roteiro - que seria seu primeiro filme - há anos. “‘A Sombra do Pai’ caminhou lado a lado às minhas descobertas como artista. Acompanhou meus curtas e os roteiros que escrevi para outros diretores. É um texto que reflete este caminho, de forma intuitiva, e que está muito próximo de minha autodescoberta como escritora e diretora. É um filme especial e bastante íntimo”, explica a cineasta.
Protagonizado por Julio Machado e Nina Medeiros, “A Sombra do Pai” conta a história de Dalva, uma menina de nove anos às voltas com o silêncio do pai, o pedreiro Jorge (Machado), que fica mais triste após perder o melhor amigo em um acidente. A irmã de Jorge, Cristina (Luciana Paes), administrava a vida de pai e filha desde a morte da mãe da menina, há três anos. Quando Cristina deixa a casa do irmão para se casar, Jorge e Dalva precisam enfrentar a distância que os separa.
Fã de filmes de terror, Dalva acredita ter poderes sobrenaturais e ser capaz de trazer a mãe de volta à vida. À medida que Jorge se torna cada vez mais ausente – e eventualmente perigoso –, resta a Dalva a esperança de que sim, sua mãe há de voltar.
A diretora comenta a representatividade do personagem de Machado: “O personagem Jorge é o lixo tóxico de um sociedade hiper-capitalista e cruel. Ele é vítima e algoz de quem lhe é imediatamente mais fraco - no caso, a filha. É também o subproduto de nossa sociedade patriarcal. O arquétipo do homem forte, viril, apolíneo - mas que, por dentro, está desmoronando pelo simples fato de não saber amar, cuidar, chorar, pedir ajuda, ou seja, por não saber fazer absolutamente nada que o coloque numa suposta condição de ‘fragilidade’. O monte de músculos e força que ele aparenta ser contrasta com a pilha de medos, angústias e incertezas que ele realmente é”.
“A Sombra do Pai” aborda as consequências da inversão de papéis entre um pai e uma filha, que enfrentam uma situação de exceção, por meio de uma narração realista, com toques de horror e fantasia, marcas registradas da diretora. A fantasia permeia todos os trabalhos da diretora e roteirista, que a utiliza como “materialização dos dramas internos dos personagens”. Para ela, este é “um signo do que os personagens sentem e, na maior parte das vezes, não conseguem expressar - eles sequer são conscientes desses dramas. O monstro surge porque nos recusamos a enfrentá-lo quando ele ainda é uma larva. Ele cresce e se torna maior que nossa própria consciência. É este o mecanismo que me interessa na construção do fantástico, do horror, do terror e derivados”.
Para a escolha dos atores, a diretora contou com o apoio da produtora de elenco Alice Wolferson e do preparador de elenco Tomás Decina: “Testamos mais de 300 crianças para chegarmos à Nina Medeiros e à Clara Moura, que chamaram nossa atenção pela energia concentrada durante as improvisações”, lembra Gabriela. “Julio Machado também foi uma indicação da Alice e me ganhou no primeiro encontro. Já Luciana Paes é minha parceira de anos; a personagem Cristina foi escrita para ela”, completa.
“A Sombra do Pai” é uma produção da Acere, em coprodução com a RT Features e tem distribuição no Brasil da Pandora Filmes.
Fonte: Pandora Filmes (via press-release)