Dirigido por Todd Strauss-Schulson e estrelado por Rebel Wilson, Adam Devine , Liam Hemsworth, Pryanka Chopra e Brandon Scott Jones, "Megarromântico" é uma comédia romântica para quem NÃO GOSTA de comédias românticas. (Quer dizer, mais ou menos...)
Macaco, olha pro teu rabo...
Temos de admitir que a ideia é interessante: uma protagonista fora dos padrões estéticos de Hollywood - por ser obesa e não ter problema com isso - que não acredita no amor romântico e odeia os clichês dos filmes de comédia romântica sofre um acidente e vai parar numa espécie de realidade alternativa (será?) onde passa a viver como se estivesse numa... comédia romântica! e não uma comédia romântica qualquer mas uma apropriada para menores de 18 anos de idade, uma vez que não consegue falar palavrões e muito menos ter relações sexuais com alguém sem que se pule para o dia seguinte...
Mesmo que este plot seja atraente até para quem não curte esse subgênero, tentar subverter convenções exige uma certa dose de mordacidade para funcionar a contento. Era pra ser um completo achincalhe, quase uma paródia, mas o roteiro de Erin Cardillo, Dana Fox e Katie Silberman é frouxo, de ritmo claudicante e, pior, óbvio até o osso.
Isso porque simplesmente a protagonista - vivida pela esforçada Rebel Wilson - não para um segundo de explicar o que vai acontecer em CADA cena, subestimando a perspicácia do público em descobrir o que virá em seguida por si só - não que seja muito difícil, uma vez que se você já assistiu a qualquer comédia romântica na vida, já conhece o esquema básico de ~"garota-tímida-conhece-garoto" e por aí vai.
Entendo que a crítica ao sub-gênero é válida - assim como "Kick-Ass" e "Deadpool" fizeram aos filmes baseados em histórias em quadrinhos num passado recente -, mas entregar algo que, no fim das contas, se assume desavergonhadamente como nada mais que apenas MAIS UMA comédia romântica é preguiçoso e frustrante demais para o que poderia ser um filme de Sessão da Tarde com um pouco mais a dizer.
"Mas, tio Kal, o filme é péssimo?", pode você perguntar. Não, longe disso! O colorido figurino criado por Leah Katznelson compõe bem a atmosfera de sonho que a trama precisa - apesar da direção de fotografia de Simon Duggan pecar em muitos momentos tentando criar perspectivas forçadas através de cenários em fundo verde completamente perceptíveis a olho nu, abusando de imagens geradas em computador (sem necessidade para isso pois existem recursos bem mais baratos e práticos capazes de atingir o mesmo resultado). Ah, e os números musicais funcionam (Chopra canta muito bem!) e as coreografias são bem executadas.
No frigir dos ovos, é o famoso ~"dá pra ver", se não exigir muito. Pena...
Kal J. Moon odeia comédia romântica mas já coescreveu uma. Quem sabe, um dia,, publique...