O documentário "Frans Krajcberg Manifesto" - dirigido por Regina Jehá -, após passar por vários festivais de cinema e ser exibido no Palacetes das Artes, durante a Semana do Clima em Salvador (BA), evento internacional promovido pela ONU em preparatória para o COP25), tem sua estreia nacional em 10/10/2019 na rede do Espaço Itaú de Cinemas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Belém, Vitória e Curitiba.


Frans Krajcberg (foto), artista plástico, escultor, gravurista e fotógrafo, nasceu no ano de 1921 em Kozienice (Polônia) e naturalizou-se brasileiro em 1954. Sua mãe foi simpatizante ativa dos comunistas e Frans viu toda sua família ser dizimada pelos nazistas nos campos de concentração na época da 2ª Guerra Mundial. Em resposta, alistou-se no Exército Soviético como engenheiro construtor de pontes. Depois do conflito viveu na Alemanha onde estudou entre 1945 e 1947 na Academia de Belas Artes de Stuttgart e foi aluno do célebre Willy Baumeister.

Emigrou em 1948 para o Brasil, após uma temporada em Paris onde conviveu com Léger, Mondrian, Chagall e outros artistas da E’cole de Paris. No Brasil, fixou-se inicialmente em São Paulo onde participou da montagem da 1ª Bienal, em 1951. Nos primeiros anos da sua permanência no Brasil, praticou uma pintura influenciada pelo Cubismo e pelo Expressionismo em um desenho sintético de paleta baixa na qual predominavam tons de cinza e terra.  Permaneceu em São Paulo até 1952, ano em que faria sua primeira exposição individual no Museu de Arte Moderna. No interior do Paraná, onde viveu até 1956, Krajcberg afastou-se do circuito das artes. Neste mergulho no hinterland paranaense, o contato com a natureza amadureceu seu olhar e lhe ofereceu novos instrumentos de trabalho.

Em 1957, conquistou o prêmio de Melhor Pintor Nacional na 4ª Bienal de São Paulo e transferiu-se para o Rio de Janeiro. Nesse momento, alternou sua vida entre Paris e Ibiza, com constantes retornos para reciclagem ao Brasil.

A estrutura bidimensional da pintura, entretanto, limitava seus horizontes e, a partir de uma primeira experiência em 1962, com as terras naturais de Ibiza, o artista sentiu uma necessidade crescente de mudança. Abandonou então a dimensão do plano pictórico, substituindo-o pelo tridimensionalismo do relevo e da escultura. Aos poucos, Krajcberg foi reformulando a própria ideia de representação ou interpretação da Natureza por meio da sua apropriação. Em um trabalho incessante de pesquisa sobre forma e matéria, utiliza elementos da natureza e os mais diferentes materiais de origem mineral, para criar relevos, esculturas e instalações com troncos de árvores, raízes aéreas do mangue e reproduzindo em papel japonês as marcas deixadas pelo mar nas areias de Nova Viçosa. Em 1964, após ter conquistado o prêmio Cidade de Veneza na 32ª Bienal de Veneza, Krajcberg visitou Itabirito, e este encontro marcou sua maturidade enquanto artista.

Entretanto foi a viagem que realizou na Amazonia, Alto Rio Negro em companhia de Sepp Baendereck e Pierre Restany que irá marcar profundamente o artista. O encontro com a beleza e a exuberância da natureza amazoica irá provocar um choque no artista que o marcará para sempre.

Fonte: Lauper Films (via press-release)