Criado por Matt Nix, dirigido por McG e estrelado por um irreconhecível Josh Peck, o primeiro episódio de "Turner & Hooch" é a prova de que a casa do rato mais poderoso do mundo consegue tirar leite até de fóssil quando necessita de um novo produto televisivo...


Copia, mas não faz igual...
Quem viveu os anos 1980 sabe que um sub-gênero bem lucrativo - tanto no cinema quanto na TV - era o de filmes estrelados por animais. Preferencialmente cachorros. Dois filmes do "gênero" foram lançados quase que simultaneamente no distante ano de 1989. Um era "K-9 - Um Policial Bom pra Cachorro", estrelado por um irritado John Belushi e seu pastor alemão. E o outro era "Turner & Hooch" - que se chamou "Uma Dupla Quase Perfeita" no Brasil - estrelado por um atrapalhado Tom Hanks e um gigante furaCÃO (ha!) em forma de Dogue de Bordeaux, com suas bochechas largas e olhar tristonho. A opinião pública se lembra mais de "K-9" mas o filme com Hanks sempre teve um lugar garantido nas "sessões da tarde" da vida televisiva oitentista e noventista.

Mesmo que não tenha sido um estrondoso sucesso de bilheteria (1989 foi o ano do "Batman" dirigido por Tim Burton e, pelo menos até 1992, nenhuma criança no mundo queria saber de ver filme de cachorrinho), uma continuação do filme de Hanks sempre esteve à baila em projetos que perduraram durante anos nas gavetas de Hollywood por diversos motivos. O principal era que Hanks teve seu sucesso estrondoso na comédia com "Quero Ser Grande" mas queria mudar de ares nas áreas interpretativas, quem sabe ganhar um Oscar (ganhou dois, nenhum por comédias), essas coisas. E mais de 30 anos depois, parece que conseguiram achar um substituto à altura...


Na trama, Scott Turner (Peck) - filho do personagem de Hanks no filme original - é um tímido porém ambicioso investigador que herda um grande e indisciplinado cachorro após a morte de seu pai. Mas logo percebe que o cão - que, a princípio, ele não queria - pode ser o parceiro ideal de quem ele tanto necessita. E pode ser a chave para concluir uma investigação que seu pai não conseguiu terminar...

O primeiro episódio tem o tom leve e divertido mas com caprichadas cenas de ação para quem curte uma boa série procedural. Porém, tudo é meio óbvio. Dá pra perceber determinados clichês como a parceira brigona, o "cachorro-monstro" que vai virar a vida do protagonista certinho de ponta cabeça, o chefe gritalhão, o interesse romântico praticamente caindo de paraquedas e o gancho para um arco maior, com o intuito de investigar, aos poucos, o caso que o pai de Scott não concluiu.


Peck é mais conhecido por seu papel na série "Drake & Josh", onde interpretava o gordinho e engraçado Josh. Com o tempo, ele emagreceu e, agora, parece que fez algo em seu rosto, não lembrando em nada o sorridente intérprete de frases idiotas (mas hilárias) como "Combinado! Mas desta vez, EU vou ser o namorado!". Entretanto, continua um competente ator e comediante, com cenas atrapalhadas que funcionam num tom correto, ainda que nada extraordinário em comparação aos seus trabalhos de outrora. O restante do elenco funciona, mesmo sem grandes atuações.

O primeiro episódio de "Turner & Hooch" tem mais ou menos a mesma premissa do filme original, atualiza algumas situações - como a personagem feminina salvar o personagem masculino -, entretém e até diverte na medida certa.


Mas, como diriam algumas mulheres, é uma ~"série de fazer a unha". Não é pra se apegar. Serve apenas para deixar a TV ligada no intuito de não se sentir solitário dentro de casa. Tem um monte de séries assim no mercado e essa é só mais uma delas.

A boa notícia: pelo menos, a primeira temporada terá somente seis episódios. A má notícia: serão episódios semanais para uma série que não precisaria desse formato... Se é a sua praia, divirta-se. Se não, passe longe.




Kal J. Moon protesta por mais séries estreladas por gatos. Eu, hein...



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