Nova série da Marvel Studios (é... mais uma) estreia na Disney+ e aprofunda a mitologia de Clint Barton, o Gavião Arqueiro

Ninguém tinha pedido, mas a Marvel Studios foi lá e fez. E agora, estreia a inesperada série do Gavião Arqueiro na Disney+. Esta primeira temporada terá 6 episódios, dois dos quais já estão disponíveis na plataforma, e termina antes do natal. Como se trata de uma série com clima natalina, parece que este foi um dos poucos acertos da série, que não me agradou muito.

A série começa, exatamente, no dia da invasão de Loki e dos Chitauri em 2012, que vimos no filme Os Vingadores, de Joss Whedon. Com uma pegada Marvels, graphic novel escrita por Kurt Busiek e ilustrada por Alex Ross, as primeiras cenas da série são um deslumbre nerd.

Já a abertura do primeiro episódio é influenciada, graficamente, na minissérie em quadrinhos Gavião Arqueiro: Minha Vida Como uma Arma, escrita por Matt Fraction e ilustrada por Javier Pulido, Alan Davis e David Aja. Aliás, o roteiro deste primeiros dois episódios é levemente baseado nesta obra, uma vez que traz Clint Barton, o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), envolvido em uma trama contra a Gangue do Agasalho, juntamente com sua parceira Kate Bishop, a Gavião Arqueira (Hailee Steinfeld), que se passa na cidade de Nova Iorque. Até mesmo o cãozinho, que adora pizza, é referenciado neste início das aventuras de Clint e Kate.


Porém, a história contada nestes dois episódios é inconsistente, pois muitas das ideias apresentadas não são condizentes com a realidade. Vou dar um exemplo, para poupá-los de spoilers: A história se passa em 2021 e, certamente, a mansão de um milionário teria sistema de segurança (especialmente em uma série que apresenta uma empresa de segurança como um de seus cenários), portanto, a fatalidade que ocorre em dado momento da história teria sido registrada. Uma cena à mais, mostrando alguém desligando o sistema de segurança da mansão, salvaria este trecho de uma inconsistência vergonhosa.

Jeremy Renner retorna ao seu papel, como Gavião Arqueiro, e o protagonismo fez bem ao ator. Finalmente, o vemos à vontade na pele da personagem. Sempre achei sua performance forçada, mas desta vez o ator entrega mais, uma vez que, mais desenvolvida, a personagem está mais interessante, apesar da história fraca.

Kate Bishop, a Gavião Arqueira, é interpretada pela atriz, indicada ao Oscar, Hailee Steinfeld. Em sua primeira aparição, a personagem é apressadamente apresentada e tem suas habilidades justificadas por medalhas que a mesma teria conseguido em um passado recente como atleta. A atriz, que é extraordinária (recomendo que assistam Quase 18, onde ela está impecável) brilha na série, mas foi prejudicada pelo roteiro ruim.


Além de Renner e Steinfeld, destacam-se Vera Farmiga e Tony Dalton. A primeira, como Eleanor Bishop, mãe de Kate, está visivelmente desconfortável em cena, e o segundo é um vilão canastrão e previsível. Uma curiosidade: Dalton é muito, muito parecido com o ator brasileiro André Gonçalves. Sério, é muito parecido mesmo. Como disse o nosso editor Kal, se o André Gonçalves interpretasse o próprio André Gonçalves não ficaria tão parecido.

A produção é modesta, filmada quase que inteiramente em locações e utilizando-se de efeitos práticos. A fotografia é bacana, mas eu não gostei muito da iluminação das cenas. Pareceu-me desleixada.

Enfim, a série, que começa empolgante, pelas referência aos quadrinhos clássicos da Marvel, termina decepcionante. Restam quatro episódios. Tomara que melhore.



Marlo George assistiu, escreveu e é preciso como uma flecha especial

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