Finalizada às pressas na HBO Max, série original HBO baseada na obra de Phillip Pullman, His Dark Materials, é encerrada após três temporadas com final melancólico


Em 2007, quando o hype de filmes baseados em livros de fantasia — sejam os de Alta Fantasia, como O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien, e os com temática e ambientação infanto-juvenil, como Harry Potter, de J.K. Rowling — já estava acabando, sendo substituído pela moda dos filmes de super-heróis que perdura até hoje, o diretor Chris Weitz, de American Pie: A Primeira Vez é Inesquecível, de 1999, e do remake O Céu Pode Esperar, de 2001, apresentou para o público A Bússola de Ouro, que trazia os astros Nicole Kidman e Daniel Craig, além da estreante Dakota Blue Richards, no papel principal.

O longa-metragem foi baseado no primeiro livro da Trilogia Fronteiras do Universo, A Bússola de Ouro, de Phillip Pullman. A versão cinematográfica da estória de Pullman passou "tão batida" que o projeto para uma continuação da trama foi engavetada e nunca tivemos filmes baseados nos livros 2 e 3, A Faca Sutil e A Luneta Âmbar, respectivamente.

Uma curiosidade sobre este filme é que George R.R. Martin, autor dos livros da série Crônicas de Gelo e Fogo, alega que A Bússola de Ouro é o filme responsável por ele decidir fazer de sua obra de maior sucesso uma série de TV e não um longa para os cinemas, tendo em vista que a trama de livros longos não cabe em pouco mais, ou pouco menos de três horas de duração.

Porém, em 2019, a HBO lançou em versão seriada, His Dark Materials: Fronteiras do Universo, projetada para ter três temporadas que cobririam, cada uma delas, um dos livros da trilogia de livros. 

Não espantosamente, a mesma rede que lançou a bem-sucedida série Game of Thrones, de Martin.


Martin
tinha razão, afinal, a primeira temporada de His Dark Materials: Fronteiras do Universo é um primor. O roteiro é muito interessante e apresenta a personagem Lyra, interpretada pela atriz Dafne Keen, a "X23" de Logan, e seu daemon Pan, uma criatura que pode tomar diversas formas de animais e que serve como uma espécie de "consciência" da menina, tal qual o Grilo Falante de Pinóquio. A voz de Pan é do ator Kit Connor. Lyra é órfã e junto com outro órfão, Roger (Lewin Lloyd), acabam se metendo em muitas confusões no mundo adulto dos acadêmicos da Faculdade de Oxford.

Falar mais que isso te daria spoilers e aqui a intenção é dar minha opinião e não estragar a surpresa de ninguém. Por isso, paro por aqui, mas posso adiantar que o roteiro da primeira temporada é incrível e me deixou muito curioso sobre o destino de Lyra e seus amigos. O tema da primeira temporada é a amizade e considero impossível não se importar ou torcer pelas personagens.

Porém, a segunda temporada começa a explorar rumos inesperados. Algumas alegorias e um certo "quê" de O Código DaVinci, de Dan Brown, estraga um pouco tudo que vimos na primeira temporada, e isso ocorre também na temporada final.

Outras coisas que a segunda e terceira temporada tem em comum são narrativas confusas, situações mal explicadas e uma certa pressa ao apresentar as personagens, deixando todas elas desinteressantes, mal exploradas e rasas.

Sim! His Dark Materials: Fronteiras do Universo começa muito bem e termina muito mal.


Apesar de todos os problemas no roteiro, a série é muito bem produzida e chega  a ter ares cinematográficos, como vem acontecendo ultimamente. Uma prova disso são as séries O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, da Prime Video, e Game of Thrones: House of the Dragon, da própria HBO.

O departamento de efeitos visuais caprichou ao criar criaturas muito reais e ao mostrar toda a magia que permeia os diversos mundos da série com beleza e capricho. Uma das coisas que mais me chamou atenção foi o voo de algumas das personagens, que misturam efeitos especiais práticos e visuais com resultado incrível.


O elenco, apesar do texto não ajudar, mandou muito bem. Aliás, a série contou com o talento de estrelas que figuram entre os meus preferidos da geração atual, James McAvoy (X-Men: Primeira Classe), Ruth Wilson (Jane Eyre) e Adewale Akinnuoye-Agbaje (Esquadrão Suicida).

A série traz ainda a última participação na TV da atriz Helen McCrory, que ficou muito conhecida por sua personagem na série Harry Potter, Narcisa Malfoy. McCrory faleceu de câncer em 2021, antes de completar o trabalho, fazendo a voz da daemon Stelmaria. Ela foi substituída por Victoria Hamilton, de The Crown.

His Dark Materials: Fronteiras do Universo termina com um prologo que indica que a história de Lyra continua. Torço para que aconteça. Porém, se continuar, devem rever a questão dos scripts. O roteiro estragou tudo.



Marlo George assistiu, escreveu e curtiu, muito, a referência ao Wolverine

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