O escritor, dramaturgo, cartunista, jornalista e quadrinista brasileiro Ziraldo (foto) faleceu dormindo na tarde de 06/04/2024 (por volta das 15h) em casa, no bairro da Lagoa (Zona Sul do RJ). A informação foi confirmada pela família. Ele tinha 91 anos de idade.


Nascido Ziraldo Alves Pinto em outubro de 1932 em Caratinga (MG), era o mais velho de sete irmãos. Seu primeiro desenho foi publicado aos seis anos de idade no jornal A Folha de Minas em 1932. Iniciou a carreira profissional em 1950 na revista "Era uma vez..." para fazer, em 1954, uma página de humor n'A Folha de Minas.

Formou-se em Direito em 1957 e foi para a equipe das revistas "A Cigarra" e "O Cruzeiro". Já nos anos 1960, passou a integrar o time do Jornal do Brasil, com charges políticas e cartuns, trazendo personagens como Supermãe, MineirinhoJeremias, O Bom. Em seguida, lançou sua primeira revista de histórias em quadrinhos: "A Turma do Pererê" - que deixou de ser publicada em 1964, devido ao regime militar do governo brasileiro da época. Em 14/12/1968 - um dia depois da publicação do decreto do infame Ato Institucional 5 (ou AI-5) -, Ziraldo foi detido em casa e levado à força para o Forte de Copacabana (RJ).

Em 1969, publicou seu primeiro livro infantil: "FLICTS", sobre uma cor rara e triste pois não era parecida com nenhuma outra. Em 1971, fundou a revista "O Pasquim" ao lado de outros colegas cartunistas, onde surgiram diversos personagens de confrades como GraúnaOs FradinsUbaldo - servindo com humor, deboche mas também resistência política na luta democrática brasileira.

Somente em 1980 que publicou "O Menino Maluquinho", seu personagem mais famoso e, até hoje, considerado um fenômeno de público e crítica, sendo adaptado para quadrinhos, literatura, teatro, cinema, série de TV e animação. Da mesma forma, "A Turma do Pererê" também foi adaptada para um especial de TV em 1983 e para série de TV em 1998 (além de ganhar um documentário em 2019).

Em 2017, foi anunciado um documentário sobre sua vida - inicialmente intitulado "A Casa do Ziraldo" -, que seria dirigido pela cineasta (e também filha de Ziraldo) Daniela Thomas. Porém, o longa documental mudou de título para "Ziraldo – Era Uma Vez Um Menino" e trocou de direção, com Fabrizia Alves Pinto (igualmente filha de Ziraldo) assumindo o controle da obra audiovisual, tendo Daniela Thomas na pré-produção, o renomado compositor Antonio Pinto (mais um filho de Ziraldo) cuidando da trilha sonora e André Alves Pinto (sobrinho de Ziraldo) sendo responsável pela montagem. Finalmente, estreou em 2022 na televisão, tendo passado por exibição no cinema nos prestigiados Festival do Rio e Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.


A equipe Poltrona POP lamenta a perda dessa grande personalidade brasileira e relembra o clique de 2013, durante a Bienal do Livro, onde nosso Kal J. Moon (aicma) pôde conversar alguns preciosos minutos com um atencioso e simpático Ziraldo. Descanse em paz.


Fonte: G1 (via site oficial)