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CRÍTICA [CINEMA] | "Um Filme Minecraft", por Marlo George

A mais recente incursão da Warner Bros. no universo dos videogames, "Um Filme Minecraft", chega aos cinemas com a promessa de transportar a experiência icônica do jogo de construção para as telonas. Nascido da mente de Markus Persson ("Notch") em 2009, Minecraft revolucionou a indústria com sua liberdade de exploração, construção e sobrevivência em um mundo proceduralmente gerado. Mesmo com sua estética pixelizada, o jogo rapidamente se tornou um fenômeno cultural, catalisando a criatividade de milhões de jogadores e se estabelecendo como uma plataforma de expressão e aprendizado. Agora, sob a batuta de Jared Hess, conhecido por suas comédias peculiares como "Napoleon Dynamite" e "Nacho Libre", o filme busca capturar a essência desse universo de blocos para uma nova audiência. 

A premissa de "Um Filme Minecraft" é "bem bobinha": quatro desajustados são magicamente transportados para um mundo cúbico onde a imaginação é a lei. Para retornar ao seu lar, eles precisam se adaptar a este bizarro "país das maravilhas" e embarcar em uma missão ao lado de um construtor experiente e imprevisível. Apesar da simplicidade narrativa, o filme encontra um nicho interessante ao mirar em um público familiar. Adultos que acompanharem seus filhos à sessão poderão encontrar lampejos de nostalgia dos anos 80 e 90, tornando a experiência palatável para todas as idades. Contudo, para aqueles sem a companhia de crianças, a diversão pode ser consideravelmente menor, a menos que se trate de um fã fervoroso do jogo original. Nesse ponto, o filme acerta ao apresentar o universo de Minecraft de forma surpreendentemente fiel, com seus biomas característicos, criaturas icônicas e a mecânica fundamental da construção. 


O protagonismo da fita recai sobre Jason Momoa, interpretando Garrett, e Jack Black, vivendo Steve. A dupla esbanja carisma e entrega performances divertidas e excêntricas, embora, em essência, pareçam estar interpretando variações de si mesmos. Fãs do estilo fanfarrão e expressivo de Momoa e da peculiaridade musical de Black certamente se deliciarão com suas interações. Por outro lado, aqueles menos inclinados ao estilo dos atores podem encontrar neles um motivo para evitar a produção. Sebastian Hansen (Henry), Emma Myers (Natalie) e Danielle Brooks (Dawn) completam o quarteto de aventureiros, demonstrando boa química em tela e injetando carisma em seus respectivos papéis. A adição de Jennifer Coolidge como a Vice Diretora Marlene é um acerto, trazendo seu talento cômico para o universo cúbico. 

A trilha sonora, assinada por Mark Mothersbaugh (Devo, "Thor: Ragnarok"), eleva a imersão com temas empolgantes e divertidos que complementam a ação na tela. A Direção de Fotografia de Enrique Chediak ("127 Horas") surpreende ao apresentar ângulos interessantes e até ousados para um filme voltado ao público infantil, evidenciando um cuidado estético notável. A edição de James Thomas ("Pokémon: Detetive Pikachu") entrega um filme visualmente agradável, embora ocasionalmente prejudicado por uma computação gráfica inconsistente. As criaturas menos inspiradas, como os Aldeões, destoam da qualidade geral da produção visual. 


O Design de Produção de Grant Major ("O Senhor dos Anéis") merece destaque especial por traduzir o mundo de Minecraft para o cinema de forma impecável. A integração com a Direção de Arte e os figurinos criativos de Lucy McLay e Amanda Neale contribui significativamente para a autenticidade visual do filme. A direção de Jared Hess, substituindo Shawn Levi, entrega um filme leve, divertido e com toques de nostalgia. 

Em suma, "Um Filme Minecraft", considerando seu público-alvo principal, cumpre seu propósito de ser uma aventura divertida e acessível. Para aqueles que buscam uma experiência cinematográfica profunda e complexa, a produção pode não ser a melhor escolha. Mas, para uma sessão em família descompromissada, vale cada centavo investido na pipoca.



Marlo George assistiu, escreveu e é mais parecido com o personagem do Momoa do que gostaria de admitir

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