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CRÍTICA [STREAMING] | "DanDaDan" (Temporada 2), por Marlo George

Sabe por que o anime se chama "Dandadan"? Acontece que o nome é um baita jogo de palavras bem esperto! Ele é uma piada fonética que faz uma referência a "kaidan" (histórias de fantasmas), "kidan" (histórias estranhas) e "taikendan" (histórias e experiências), onde a palavra "dan" significa "história". Outra curiosidade é que, em chinês, a frase pode ser traduzida como "a ousada grande festa", o que, convenhamos, combina perfeitamente com a loucura do que rola na série. É uma sacada que já te avisa: prepare-se para uma mistura excêntrica de sobrenatural e bizarro, que é a cara do anime.

A primeira temporada do anime, lançada em 2024 — leia nossa crítica aqui —, foi um sucesso avassalador e merecidamente. Sua qualidade técnica, combinada a uma trama criativa e personagens cativantes como Okarun e Momo, fez com que a produção "furasse a bolha" dos fãs de animes. O sucesso foi tão grande que a série conquistou até mesmo um público mais amplo, incluindo aqueles que não costumam assistir a animações japonesas e até mesmo aqueles que, por algum motivo, tinham rejeição a esse tipo de conteúdo.


No entanto, a expectativa criada por essa excelente estreia não foi totalmente correspondida na segunda temporada, que chegou à Netflix (e Crunchyroll) com 12 episódios entre julho e setembro deste ano. A nova leva de episódios foi marcada por uma inconsistência notável, com a qualidade variando drasticamente entre momentos excelentes e outros bastante frustrantes. A irregularidade foi uma surpresa para muitos, que esperavam a manutenção do alto nível da primeira temporada.

A decepção começou logo nos primeiros episódios. Os cinco iniciais se mostraram bastante arrastados e, em muitos momentos, chatos. Eles falham em recapturar o ritmo frenético e a energia que definiu a temporada anterior, deixando a sensação de que a trama não avançava e os personagens estavam presos em situações repetitivas. Foi uma largada lenta que testou a paciência do público.

Felizmente, essa fase morna foi interrompida pelo espetacular sexto episódio, que se destacou como o ponto alto da temporada. Este episódio trouxe a banda de metal fictícia HAYASii (abaixo), com a participação de ninguém menos que Marc Hudson, o vocalista da banda de power metal DragonForce, na versão em inglês do anime. A música "Hunting Soul" se tornou um sucesso imediato nas redes sociais e foi a injeção de adrenalina que a série precisava para provar que ainda tinha o seu brilho.


Infelizmente, o restante da temporada não manteve o nível. O sétimo episódio foi apenas regular, seguindo o padrão mediano, enquanto o oitavo é muito ruim. Este episódio, em particular, foi um filler sobre a luta de Okarun e Aira contra compositores clássicos, o que quebrou totalmente o ritmo da narrativa e se mostrou uma adição desnecessária. Os episódios seguintes retornam a uma qualidade regular, mas acabam culminando em um final que deixou um sabor de insatisfação.

Apesar dos problemas de roteiro, a produção manteve a alta qualidade técnica. A animação continua a ser muito rebuscada e detalhada, e a trilha sonora, incluindo a canção original, é bastante interessante. A dublagem em português da Netflix merece destaque, com Hannah Buttel e Renan Vidal entregando ótimas atuações como Momo Ayase e Okarun, respectivamente. No entanto, nem mesmo os bem-vindos recursos nostálgicos e as influências de tokusatsu foram suficientes para salvar um roteiro que, em grande parte, se perdeu. A temporada irregular não cria muita expectativa para o futuro da atração, e a sensação de que o hype da série pode estar se esvaindo é uma preocupação real.



Marlo George assistiu, escreveu e já teve de exorcizar demônios no grito (ou, melhor dizendo, no canto)!

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