Cartaz nacional (Warner Bros / Legendary Pictures) |
Estúdio: Warner Bros / Legendary Pictures
Direção: Zack Snyder
Roteiro: David S. Goyer
Elenco: Henry Cavill, Russel Crowe, Kevin Costner, Diane Lane, Michael Shannon, Amy Adams, Laurence Fishburne e grande elenco
Gênero: Aventura, Ação
Duração: 143 minutos
Origem: EUA
Cenas Extras: Não possui
Site Oficial
ATENÇÃO: Esta resenha CONTÉM SPOILERS referente ao filme desde o começo. Se não quiser ter algumas surpresas antes de assistí-lo, recomendamos que leia nossa resenha sem spoilers clicando aqui...
Sinopse: Um garoto descobre ter poderes extraordinários e não ser do planeta Terra. Ao se tornar um jovem homem, ele viaja para descobrir de onde veio e a razão pela qual foi enviado. Mas o herói dentro de si deve se manifestar se ele quiser salvar o mundo da aniquilação e se tornar um símbolo de esperança para a humanidade.
Trecho: "Você não é qualquer um. Um dia, você terá de fazer uma escolha.Terá que decidir que tipo de homem quer ser quando crescer. Seja esse homem quem for, bom ou mau, ele vai mudar o mundo" (Jonathan Kent)
Resenha: Ouvi dizer que "a expectativa é a mãe da decepção". E é a mais pura verdade. Quando esperamos muito de algo (ou alguém), geralmente tomamos um tombo emocional grande. E com filmes não é diferente. Mas deixe-me contar algo interessante... Mesmo antes de eu ter a mais tenra e nítida lembrança, meu super-heroi favorito de minha infância sempre foi o Super-Homem.
Clark Kent (Henry Cavill) antes de se revelar ao mundo como Superman |
Pra mim, ele nunca foi o tal "escoteiro" ou bobalhão que muita gente tentava pintar. Ele era, simplesmente, o maior heroi de todos os tempos. Quando o comparavam com Moisés ou Jesus Cristo, fazia um pouco mais de sentido do que alguém de quem todo mundo se aproveita porque sabe que não vai revidar. Ele era um personagem que se continha por conta, justamente, de saber o mal que causaria se liberasse uma raiva sobre-humana.
Jor-El (Russel Crowe), pai biológico do nosso heroi |
Confesso que isso foi um grande erro por exatos dois motivos...
Superman entrega-se ao exército |
Superman enfrenta Zod e deixa um rastro de destruição... |
O ritmo da trama é claudicante! Embora muitos pensaram que ter uma história cheia de flashbacks fosse atrapalhar o desenvolvimento, isso tornou tudo um tanto mais dinâmico em termos narrativos. Mas, curiosamente, esse detalhe de execução, em algumas partes, deixou o conjunto confuso e lento.
Jonathan (Kevin Costner) e Martha (Diane Lane): pouco tempo em cena |
O conselho que Jonathan dá é algo realista o suficiente para levarmos pro resto da vida. E Clark estava lendo um livro com pensamentos de Platão! Essa foi a única parte que me fez achar que havia esperança de um ótimo filme a caminho.
Mas, infelizmente, Diane Lane - que interpreta Martha Kent, sua mãe adotiva - não teve a mesma sorte e sua participação, além de quase nula, não lhe reserva espaço suficiente para mostrar o talento que tem. Quem sabe na próxima...?
Trailer Oficial Legendado em Português
Mas nada supera a falta de tato do diretor Zack Snyder para arrancar de seus atores a atuação necessária à cena. Isso já havia provado sua inaptidão cênica em Watchmen e Sucker Punch - Mundo Surreal, onde cenas que deveriam ter desenlace dramático suficiente para levar às lágrimas acabavam se resolvendo de forma estética, geralmente saturando a tela e dando a impressão de assistir algo "épico".
Nosso novo Superman fala pouco, tem seus dramas resolvidos por suas ações frenéticas que passam longe da emoção. Não conseguimos torcer por ele em nenhum momento!!! E isso é muito ruim quando se trata de nosso maior heroi, mesmo quando há uma grande destruição comandada por um super-vilão (General Zod, vivido pelo caricato Michael Shannon). Não à toa, Snyder era diretor de videoclipes musicais...
E também não podemos esquecer dos coadjuvantes desnecessários como Perry White (vivido por Laurence Fishburne e que já virou piada no mundo inteiro uma vez que o personagem é caucasiano nos quadrinhos), que, mesmo sendo o editor do grande jornal Planeta Diário - e, na história, ele age realmente como um editor agiria! - não tem importância vital à trama, somente salvando uma personagem chamada Jenny (vazou na internet que ela seria Jenny Olsen que, supostamente, substituiria Jimmy Olsen, famoso fotógrafo do jornal mas o sobrenome dela nem é citado por conta da péssima repercussão disso pelo mundo afora).
Perry White (Laurence Fishburne) e Lois Lane (Amy Adams): personagens irrelevantes |
Besteira.
Em determinado momento, a personagem entra em cena sem explicação, para, depois, justificar sua presença à resolução da trama. Uma pena pois nunca achei que Margot Kidder (que interpretou Lois Lane no clássico de 1978) fosse inútil ou mesmo feia como tanto gostam de comentar.
----ÁREA DE SPOILERS COMEÇA AQUI---
Superman, durante um momento em que achou que seu nêmesis havia morrido, bem próximo do fim da história, descobre que ele está vivo da pior maneira: Zod levanta dos destroços e o ataca, destruindo mais locais e chegando onde havia uma pequena família. O vilão, após um discurso inflamado, ativa seu raio de calor e, mesmo com nosso heroi segurando, sua força é grande e chega muito próximo de ferir ou até mesmo matar aqueles humanos. Superman parece não ver outra alternativa senão a de quebrar o pescoço do vilão, numa cena tão violenta que nem mesmo o produtor Christopher Nolan concordou em mantê-la no corte final e, supostamente, isso foi feito sem seu prévio consentimento.
Há quem diga que isso foi feito para "humanizar" Superman, que todos sabem que não mata e é um ícone de moralidade. Embora nos quadrinhos Superman matou Zod, foi de uma forma completamente diferente e isso teve uma consequência pesada ao personagem: ele se refugiou no espaço sideral por não se considerar mais confiável para proteger o planeta Terra (e transformou-se num gladiador, conforme imagem abaixo).
Superman no traço de George Pérez e Jerry Ordway (capa da revista Super-Homem nº 84, Ed. Abril) |
(existe um diálogo muito bom nessa história em que Superman pede ajuda a Batman afirmando que a única coisa que os dois tem em comum é que são alguém que não querem mortes e acho que isso explica tudo)
Superman explica a única coisa que tem em comum com Batman (O Reino do Amanhã, roteiro de Mark Waid e arte de Alex Ross) |
E Lois Lane é chamada, em outro momento, por Faora, atendendo ordens de Zod para que Lois viesse à nave junto com Superman somente para que o interesse romântico tivesse acesso a algo que pode ajudar a salvar o dia no final, sendo que daria para fazer o mesmo sem que ela tivesse contato extraterrestre. Em cena, durante toda a história, ela não tem mesmo a tal importância que estão alardeando por aí...
General Zod (Michael Shannon): embora caricato, personagem interessante |
Resumindo: não veja em 3D pois não vale a pena. Vá sem sono pois o filme é cansativo. E ainda não temos O filme do Superman. Acredito que, se utilizarem as poucas ideias interessantes dessa história (Dr. Hamilton, um importante personagem nos quadrinhos, dá o ar da graça e promete algo precioso numa continuação; Pete Ross, o amigo de infância de Clark que foi o primeiro a descobrir sua identidade secreta nos quadrinhos, tem um instigante plot twist durante a história, dentre outros), o segundo filme será algo sensacional.
(Ou não.)
Avaliação: Regular
Assista no visualizador abaixo nosso websodio
falando um pouco sobre O Homem de Aço