Que divertido! Estou
trabalhando como o governo diz
que eu deveria
Um grande problema com livros que criam uma sociedade distópica é a incompatibilidade com como seria essa comunidade se ela realmente existisse. Em Divergente, o mundo é dividido em 5 facções, cada uma com seu dever, por exemplo, uma delas serve para manter a paz, outra para cuidar da parte judicial da nação, entre outros.

E o maior problema disso tudo é a falta de facções fundamentais para que qualquer civilização dê certo, como engenharia e educação, que não são mostradas em nenhuma parte do filme. Nem mesmo a medicina tem sua facção! Como as pessoas conseguem criar remédios e serem salvas de uma doença qualquer se não tem área de pesquisa ou hospitais?

Mas, não são apenas as instituições de Veronica Roth que deixam aquele mundo surreal, tem também o fato do povo ser classificado em apenas 5 grupos e não ter ninguém contra aquilo tudo. Todos querem se encaixar em algum lugar e se não conseguem, simplesmente ficam tristes e vão para o lugar dos sem-facção, que se vestem como mendigos, ao invés de tentar lutar contra o governo estabelecido.

O povo precisa tanto conseguir se encaixar no sistema criado pelo governo fascista daquele mundo que nem existe diversão, apenas há a procura de se encaixar num grupo social, e se você conseguir, trabalhar nele é toda a diversão que existe. O problema é que um dos direitos básicos e necessários do ser-humano é a diversão, se um indivíduo não se diverte, ele pode ser levado à loucura facilmente.


"A inexperiência na trama mostra a jovialidade da autora da obra original"
Deixando de lado o governo desse mundo, outra falha grave do filme é ser arrastado. O filme nem é tão grande, 2h e 19 minutos, mas todo o tempo que eu assistia o longa, eu achei que deveria ter umas 4 horas, tanto pela falta de ação, quanto pela sequência de clichês que nos é apresentado.

Momento de treino da personagem
que foi estragado pelo romance e
apelo sexual desnecessários
Um outro problema é o romance do filme. Sempre percebo quando assisto esses filmes de adolescentes que a falta de uma estória boa é coberta com um romance, para que os erros tentem passar despercebidos. A inexperiência na trama mostra a jovialidade da autora da obra original.

As atuações do filme também não são nada demais, e me peguei pensando que Shailene Woodley será uma versão feminina de Daniel Radcliffe. A atriz principal não mostra talento nenhum e utiliza as mesmas caras e bocas em todas as cenas do filme. Nem Kate Winstlet, nem Ashley Judd pra salvar esse longa.

No final, nada consegue salvar Divergente, e o melhor que podemos fazer é ficar em casa ou assistir a outro filme no cinema.


Andreas Cesar assistiu e acha completamente desnecessário que os policias fiquem correndo e pulando alegres pela cidade, como se fossem vândalos...


Data de lançamento : 17 de abril de 2014
Distribuidor : Paris Filmes
Diretor : Neil Gay
Roteiristas : Evan Daugherty, Vanessa Taylor
Elenco :  Shailene Woodley, Theo James, Kate Winslet, Ray Stevenson, Mekhi Phifer, Maggie Q, Jai Courtney, Miles Teller, Zoë Kravitz, Ansel Elgort, Ben Lloyd-Hughes, Ben Lamb, Christian Madsen, Amy Newbold, Ashley Judd, Tony Goldwyn
Gêneto : Aventura, Romance, Ficção-Científica
Duração : 139 minutos