O roteirista nos traz um Coringa problemático, insano e imprevisível. Nem mesmo quem trabalha para o assassino sabe o que passa naquela cabeça, mas sabe que não é coisa boa, nem consciente.
"O roteiro é tão envolvente que tem momentos que você esquece que o Batman existe naquele universo"
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A melhor imagem do Coringa de todos os tempos. |
Mick Gray é quem faz a arte-final de "Coringa", e o grande problema é que a maior parte do gibi de Lex Luthor tem a arte-final do próprio Lee Bermejo. Lee mostra-se muito superior à Mick, inclusive em algumas páginas que faz a arte final no próprio gibi do palhaço. As linhas de expressões e músculos são exagerados demais por Mick. Mas isso não compromete a diversão tanto assim, simplesmente causa um incômodo rápido aos olhos, que vão se adequando conforme lê-se o gibi .
"Coringa" traz a história de Jonny Frost, um bandido que vai buscar o palhaço assassino em sua saída do Asilo Arkham. E a partir daí, se torna um braço-direito dispensável do inimigo do Batman. Brian Azzarello mostra o cotidiano e os planos de Coringa, envolvendo você de tal forma na história que você até esquece que o Morcegão existe naquele universo. Mesmo que as ações do Coringa sempre tenham a ver com ele.
As aparições de outros vilões do Batman surpreendem, e mesmo alguns aparecendo muito pouco, o easter-egg é bem legal, fazendo o leitor levar um sorriso ao rosto quando tais personagens se mostram coerentes com aquele universo.
Aventurar-se na jornada de Frost pelo mundo do insano palhaço do crime de Gotham City é muito bom e diverte qualquer leitor de gibis. A leitura pode parecer pesada de início, mas quando se percebe que já está no fim dos quadrinhos, dá vontade que tenha muito mais. Vale muito a pena.
Andreas Cesar leu, criticou e não queria viver nem em Gotham, nem em Nova Iorque!