Foi nessa parte da HQ que eu percebi
que tinha uma história incrível em mãos
Justiceiro Max - Rei do Crime foi um dos gibis que comecei a ler com menos entusiasmo em toda a minha vida, contudo, com o passar do tempo, o entusiasmo aumentou até chegar ao ápice, para minha surpresa. Mas, antes devo dizer o motivo de não ter entusiasmo ao começar a ler: Justiceiro e Rei do Crime.

Justiceiro é um herói que nunca curti, além de achar os gibis dele gore e violentos demais, achava seus roteiros fracos e bobos, ou seja, no fim pra mim era tudo violência gratuita e explicada pelo fato de o personagem principal perder sua família. Já o Rei do Crime era um problema porque a primeira, e única até então, história que li com o personagem era muito boba e simplesmente achei um vilão muito pior que outros que a Marvel tem, mas, vi que estava enganado.

"Um roteiro impressionante com uma arte que falha pouco. Justiceiro Max - Rei do Crime é um gibi pra guardar em sua coleção"

Não mexe com quem tá quieto!
Justiceiro Max - Rei do Crime é escrito por Jason Aaron e desenhado por Steve Dillon, e devo dizer que em minha opinião, o roteiro tem um peso maior que a arte, em qualquer gibi, que apesar de ser importante, fica em segundo lugar. Jason conseguiu cumprir seu papel e nos conta a origem do vilão Rei do Crime de uma forma muito bacana, com a parte do Justiceiro sendo quase irrelevante pra trama principal desse primeiro gibi da série Justiceiro Max, mesmo aparecendo ao longo de todo o gibi. Um problema? Não, além de continuar não achando o Justiceiro maneiro, não acho que caberia ao personagem fazer parte dessa história, então é até bom ele ficar de lado nesses quadrinhos, apesar de ter seu nome na capa.

Quanto ao trabalho de Steve Dillon, temos um problema apenas: as faces dos personagens. O traço estilizado de Dillon agrada os olhos e é único, mas o cara só sabe fazer o mesmo rosto em todos que desenha. Tem um momento que eu me confundi se o personagem retratado em certo quadro era o filho de Wilson Fisk (Rei do Crime) ou o próprio em sua infância. Mas, depois de ler o roteiro deu pra entender quem era, e o trabalho de Dillon não estraga o gibi de forma alguma.

Contudo, o que mais me impressionou foi o modo como a história de Wilson é contada e o desfecho final, que tem um clímax onde ocorre uma ação muito intrigante pela parte de Fisk. Você simpatiza com o personagem de tal forma que quando a situação ocorre você se pega torcendo para que o vilão consiga arranjar tudo e terminar seu plano.

E o visual que Dillon conseguiu dar aos personagens (claro que quero falar das roupas e do uniforme do Justiceiro, já que as faces são idênticas) ajuda a você se apegar a eles. O cara fica com uma pose tão maneira durante o gibi que você se pega pensando : "Esse cara tem um estilo maneiro, curti!".

Qual dos dois tu preferia encarar?
Mas, nem tudo são flores.

O gibi tem um final bacana, só que depois dele ainda tem duas páginas, como se fossem uma cena pós-crédito de um filme, que não são legais. O aparecimento de um novo vilão estragou um pouco aquele momento pós-leitura em que você fica pensando sobre os pontos da história, e acaba trazendo um ponto negativo ao roteiro.

Resumindo, tendo um roteiro bem-trabalho unido a uma arte bacana, mas que dá uns moles. Justiceiro Max - Rei do Crime é um gibi que vale a pena ser lido, e muito.



Andreas Cesar leu, criticou e curtiu muito ver o Rei do Crime com um terno preto!